Árabes, judeus, ingleses, alemães, polacos, italianos e portugueses contribuíram para a formação da cidade de Manaus que completou 350 anos.
Por: JAKELINE XAVIER
O povo brasileiro é bem conhecido por ser uma mistura de vários outros povos. Em Manaus não é diferente, árabes, judeus, ingleses, alemães, polacos, italianos e portugueses contribuíram para a formação da cidade, que ficou conhecida historicamente como a Paris dos Trópicos.
Na obra 'A ilusão do fausto', a historiadora Edinea Mascarenhas Dias relata que o primeiro surto de urbanização na cidade ocorreu a partir de 1890, como resultado da economia agrária extrativista-exportadora do látex. Este avanço econômico do século XIX "civiliza índios transformando-os em trabalhadores urbanos, dinamiza comércio, expande a navegação e desenvolve a imigração".
Neste contexto, o elemento norteador da administração municipal passou a ser a sociedade, a cultura e o mundo de trabalho europeus.
Conforme explica o historiador Abrahim Baze, por volta de 1669, Manaus teve árabes, judeus, ingleses, alemães, polacos e italianos, mas somente os povos da Arabia, de origem judia e de Portugal permaneceram no Amazonas e na Amazônia de forma mais consistente.
A família Benchimol
Os judeus foram muito importantes para a construção da cidade de Manaus. Uma das famílias imigrantes de judeus que fizeram história no comércio local foram os Benchimol. Até hoje, o grupo comercial que pertence a eles domina o setor de lojas de departamento e eletrodomésticos.
Israel Isaac Benchimol. | Foto: Arquivo Pessoal
Israel Isaac Benchimol nasceu 1860, em Tânger no Marrocos. Ele e o irmão, Abraão, vieram para a Amazônia por volta de 1879, tentando achar melhor forma de vida, longe dos doenças, pobreza e forte perseguição aos judeus que acontecia no país.
A atividade empreendedora de Abraão na Região Norte incluía sua participação na diretoria da Companhia Brasileira de Navegação para a Europa. Esta era composta por "cavalheiros e capitalistas respeitáveis".
No Brasil, Israel casa-se com uma mulher conhecida como Rubida, em 1886. Dois anos depois, nasce em Aveiro, no Rio Tapajós, o filho do casal, que tem o nome semelhante ao do pai, Isaac Israel Benchimol. Após oito meses de seu nascimento, o pai morre e a família se muda para Santarém, no Pará. Onde Rubida casa-se pela segunda vez, com o comerciante José Benoliel.
Passando por momentos difíceis, a mãe o envia para estudar no Morrocos, onde fica dos 9 anos aos 15 anos de idade. Voltou para o Brasil quando a mãe estava doente. Um anos após sua volta, perde a mãe.
Em 1909, aos 21 anos. Isaac vai para o Acre, onde exerce várias funções nos seringais. Como era reconhecido por ser íntegro e trabalhador, também atuou como juiz de paz. Ele então casa-se com sua prima, Sol, e vem para Manaus.
Sol era muito querida na comunidade judia manauara. Na época, o perigo vinha da gripe espanhola, que vitimava grande número de pessoas. Certo dia, recolhendo as roupas do varal e ignorando completamente os avisos de que não deveria estar ali, Sol adoeceu com a forte gripe e morreu.
Isaac mergulhou no trabalho e decide voltar a viver nos seringais. Aos 31 anos conhece sua segunda esposa, Nina Siqueira, natural de Tefé. Ele passa a empreender nos seringais, onde vivem por 11 anos consecutivos, em contato esporádico com a civilização, mantendo os costumes judaicos mesmo no meio da floresta.
Isaac Israel Benchimol, Nina Siqueira e família | Foto: Arquivo Pessoal
Quando o valor da borracha caiu. A esposa passa a costurar para os seringueiros, até conseguir dinheiro para sair dali e ir para Belém. Na capital do Pará, Isaac volta a estudar. Depois deste período a família retorna a Manaus, onde Isaac exerce papel importante como presidente do Comitê Israelita do Amazonas.
No dia 13 de agosto de 1942 os irmãos Samuel, Israel e Saul Benchimol fundam a Bemol, como uma firma de comercio de representações, produtos farmacêuticos e outras utilidades.
Fonte: Portal Amazônia
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