Aspecto da queda d’água capturado quando o balneário, conhecido desde o final do século XIX, ainda se caracterizava como importante destino turístico de Manaus.
Seu declínio está atrelado à urbanização daquela área, notadamente após a inauguração do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
Percebendo a deterioração da região, a Prefeitura Municipal tentou, a partir de 1995, criar um parque urbano no entorno da Cachoeira Alta, o que acabou levando à contratação de uma empresa curitibana para elaborar o projeto executivo do empreendimento. No ano seguinte, a Cachoeira Alta do Tarumã é reconhecida como unidade de conservação na qualidade de parque.
Já em 1997 a Municipalidade declarou de utilidade pública todos os terrenos privados contíguos à queda d’água, passo inicial de um processo de desapropriação, o qual não levou à recuperação da qualidade das águas.
Anos depois, em 2013, o então alcaide Arthur Neto - no início de sua segunda gestão à frente da Prefeitura, depois de um hiato de mais de duas décadas - anunciou a criação do parque no local, tendo inclusive aberto créditos adicionais no orçamento da cidade para tal finalidade nos dois anos seguintes.
Porém, a boa intenção não se concretizou de modo efetivo, infelizmente. Atualmente o local encontra-se abandonado, sem qualquer perspectiva de reabilitação ou implantação de um parque na região, a despeito de a cachoeira ainda impressionar quem a vislumbre, a partir da pista superior da antiga Estrada do Tarumã, com sua forte torrente, outrora de águas tão cristalinas, mas que hoje são tão ou mais barrentas que o fluxo do Rio Solimões.
Em 1912, um repórter da revista norte americana ‘Pan-American’ visitou a Cachoeira Alta a fim de fazer uma reportagem sobre a cidade. Ao avistar a queda d´água, ficou deslumbrado.
Relatou que, além da evidente beleza natural do balneário, ficou surpreso ao ver banhistas, agarrados em cipós, cruzarem a cachoeira por trás da queda d´água, num movimento de vaivém.
Esses bons momentos relatados pelo jornalista americano e vivenciados pela população da época hoje não passam de saudosas reminiscências, já que o recanto não é mais utilizado como balneário pela população local há cerca de quarenta anos.
O que é possível de ser revertido, mediante real comprometimento do poder público com a questão ambiental, ao contrário do que pregam os "arautos do apocalipse", presentes aqui e alhures.
Fonte: Manaus Sorriso
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