No Palacete Provincial encontramos bem na entrada duas figuras excentricas...
O Zuavo e o Granadeiro.
Detalhe... capturado no início do século atual, das duas belíssimas estátuas de militares que guarnecem a entrada do Palacete Provincial, à Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), então abrigando o Quartel da Polícia Militar do Estado do Amazonas, que ali teve sua sede por mais de 110 anos, de 1895 até o início dos anos 2000.
As duas ricas esculturas, de ferro fundido, são produto da célebre fundição francesa ‘Fonderies du Val D´Osne’; e foram encomendadas, juntamente com outras peças decorativas, pelo então Superintendente (Prefeito) de Manaus, Coronel Adolpho Guilherme de Miranda Lisboa, no contexto da ampla reforma levada a efeito por este entre 1906/1907, que converteu a antiga “Praça da Constituição” (atual Heliodoro Balbi) no belo jardim público que conhecemos atualmente.
Por ocasião do registro desta imagem, as estátuas mantinham ainda a textura aparente do ferro fundido, apenas com discretos destaques dourados em alguns ornatos das vestimentas e das armas dos soldados. Essa configuração conferia às peças maior classe e distinção.
Infelizmente, quando do restauro da Praça Heliodoro Balbi, em 2009, uma decisão equivocada da Secretaria de Cultura do Estado optou por pintar as peças inteiramente, com cores vivas e de forma realista, conferindo-lhes inevitavelmente uma aparência de “soldadinhos de brinquedo”, o que não condiz com a elegância das mesmas.
DETALHES DAS OBRAS
As estátuas do Palacete Provincial representam duas divisões do Exército Francês do século XIX: O “Zuavo” - à esquerda do observador posto na praça, caracterizado pelo gorro que traz à cabeça e pelas calças largas, do tipo “bombacha gaúcha”, que veste - faz alusão ao Corpo de Infantaria alocado na Argélia (norte da África), então colônia francesa. Já o seu par, o “Granadeiro” (visto em primeiro plano na foto acima) representa, como o próprio nome diz, o soldado responsável pelo manuseio das granadas nos campos de batalha. Ambas são réplicas idênticas de duas obras do escultor francês Georges Diebolt (1816-1861), cujos originais compunham um grupo de quatro esculturas que guarneciam as pilastras da célebre Ponte de l´Alma, sobre o Rio Sena, em Paris - atualmente reformada, a ponte parisiense ostenta somente o original da escultura do Zuavo, utilizada informalmente como “régua” de aferição da subida e descida do Rio Sena. As suas “gêmeas” manauaras, felizmente, jamais se separaram ao longo de seus 114 anos de existência; e vigiam, altaneiras e solenes, a paisagem histórica da Praça Heliodoro Balbi, como um de seus elementos mais distintivos, sendo alvo freqüentes das câmeras dos turistas que, em visita ao museus do Palacete Provincial, junto a elas se postam, para registro em seus álbuns de viagem. Fonte: Manaus Sorriso – Foto de autoria desconhecida, veiculada originalmente no Blog do Coronel Roberto, disponível ‘on line’.
QUEM ERAM OS VERDADEIROS ZOAVOS ???
Conheça o bravo regimento que defendeu o Estado Pontifício durante a sua última década de existência.
Otermo “zuavo” se refere, inicialmente, a um regimento militar do exército francês formado por soldados originários da Argélia. Eles serviram à França entre 1830 e 1962.
À semelhança desse regimento, foram criados diversos outros corpos militares em vários países. Um deles foi o dos Zuavos Pontifícios, surgido em 1º de janeiro de 1861 e constituído basicamente por voluntários católicos solteiros, na maioria franceses, belgas e holandeses. Eles haviam chegado ao Estado Pontifício para defendê-lo dos militares do Reino da Itália, que desejava tomar Roma a fim de completar a unificação da península italiana.
Nessa época, a Itália ainda não existia como o país unificado que conhecemos hoje. Parte do atual território italiano pertencia então ao Estado Pontifício (ou Estados Papais), uma entidade soberana em que a Santa Sé exerceu o próprio poder temporal durante mais de 1.100 anos, desde 752 até 1870, ano em que foi anexado unilateralmente ao Reino da Itália. Sob veementes protestos, o Papa Pio IX se declarou com isto “prisioneiro no Vaticano”. Foi apenas em 1929, com os Pactos Lateranenses, que uma ínfima porção dos antigos territórios pontifícios foi restituída pelo Estado italiano à Santa Sé, dando origem ao atual Estado da Cidade do Vaticano, reconhecido internacionalmente como independente e soberano.
A bravura e heroísmo dos Zuavos Pontifícios se devia essencialmente aos seus princípios inspiradores. A respeito deles, o estudioso Lorenzo Innocenti declarou:
“[Eles] foram o baluarte do Trono e do Altar. Contribuíram de maneira determinante, com o seu voluntariado místico, em contraposição à fé laica dos garibaldinos e à fé monárquica das tropas do exército piemontês, para retardar em alguns anos a anexação do Estado da Igreja ao resto da Itália”.
O texto do juramento prestado pelos Zuavos Pontifícios é bastante representativo das motivações que os animavam:
“Eu juro a Deus Onipotente ser obediente e fiel ao meu soberano, o Pontífice Romano, nosso Santo Padre, o Papa Pio IX, e aos seus legítimos sucessores. Juro servi-lo com honra e fidelidade e sacrificar a minha vida pela defesa da sua augusta e sacra pessoa, pela defesa da sua soberania e pela defesa dos seus direitos”.
Após quase dez anos de serviços, o regimento pontifício foi dissolvido em 21 de setembro de 1870, devido, precisamente, à tomada de Roma pelas tropas italianas.
Dos Zuavos Pontifícios ao emblema “Detém-te”.
É muito relevante recordar que foi a mãe de um jovem zuavo pontifício a responsável pela expansão da devoção ao Sagrado Coração de Jesus mediante o emblema “Detém-te“.
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