O bairro Armando Mendes, situado na Zona Leste da cidade, próximo ao Distrito Industrial, foi fundado em 25 de agosto de 1987 e recebeu este nome em homenagem ao pai de seu idealizador, o então governador Amazonino Mendes. O bairro foi projetado para abrigar moradores de outras regiões da cidade, principalmente aqueles das margens dos igarapés, e de habitantes dos municípios do interior.
Projetado para ser um bairro-modelo, a ser seguido por outros da Zona Leste, no Armando Mendes foram criadas dezenas de micro e pequenas empresas que funcionavam nas residências dos próprios moradores, sob a supervisão da própria comunidade. A partir de 1991, através do esforço da comunidade e com apoio de órgãos governamentais, o bairro ganha mais desenvolvimento, com crescimento do comércio e a implantação de projetos de hortas comunitárias, gerando assim mais renda à população. Nesta mesma época são realizadas obras de pavimentação e a implantação de posto policial, centro de saúde e escolas.
Atualmente, o bairro Armando Mendes possui sete escolas, sendo três estaduais: as escolas Maria Madalena Sant'Ana de Lima, Rilton Real Filho e Manoel Rodrigues; e quatro municipais: Rosa Gatorno, Thiago de Melo, Rui Barbosa Lima e Engenheiro Nelson Neto. Além dessas escolas, o Armando Mendes tem ainda um posto de saúde, um posto policial, uma feira municipal e um terminal da linha de ônibus, ligando o bairro ao Terminal Integração 5.
Segundo Eduardo Ribeiro, morador do Armando Mendes desde sua fundação, os primeiros habitantes do bairro vieram de localidades próximas do "Igarapé do 40", em busca de melhores condições de moradia. Ribeiro lembra que nesta época, as casas eram construídas com madeiras e possuíam cerca de três cômodos: um quarto, uma sala e uma cozinha. "Eram moradias simples que não possuíam água encanada, luz elétrica e rede de esgoto", recorda o morador.
Em fevereiro de 1988, chega ao bairro a congregação das freiras Filhas de Sant'Anna, hoje bastante conhecida pela população do bairro e cuja história coincide, em alguns momentos, com a própria história da comunidade. Uma das primeiras providências dessas freiras foi a transferência da igreja católica São Domingo Sávio, uma das três da região, de um "barracão" para a praça principal do bairro.
Outra obra de grande importância das Filhas de Sant'Anna é a criação da farmácia caseira, famosa no bairro e adjacências, coordenada pelas irmãs, e que já atendeu, de 1991 a 2001, 19.896 pessoas. A farmácia usa método natural, ou bioenergético, utilizando plantas medicinais e outros elementos, como argila ou barro, para o tratamento de diversas enfermidades. A importância da Pastoral da Saúde, como é chamada a farmácia, é o movimento contínuo de pessoas em busca de atendimento.
Na área de lazer para a comunidade, o bairro possui dois campos de futebol e uma praça central com quadra de vôlei e futebol de salão, além de uma associação esportiva coordenada pelos próprios moradores.
Segundo o padre Nelson Pereira da Silva, responsável pela igreja São Domingos Sávio, os maiores problemas do Armando Mendes, hoje, são a prostituição, a violência e assaltos e furtos. Com relação à violência, os moradores recebem pouco atendidos, visto que há apenas um posto policial e com poucos policiais de plantão. Para casos mais complicados, é necessário o deslocamento até a delegacia do 4º DP, na Grande Vitória. Como na maioria dos bairros da Zona Leste, os moradores também sofrem com eventual falta de água.
Conforme explica o padre, a atividade econômica no bairro está restrita aos empregos no Distrito Industrial e ao comércio formal ou informal, dentro ou fora da comunidade, principalmente com a venda de CDs e DVDs na praça de alimentação do bairro. "Quanto a fonte de renda dos moradores, a principal atividade ainda é mesmo os famosos biscates", alerta o religioso.
O padre também explica ser necessário colocar aspas ao termo planejamento urbano, normal para um bairro criado para servir de modelo. Segundo Nelson, o Armando Mendes cresceu desordenadamente, caracterizando pelo inchaço urbano e as diversas "invasões" surgidas ao redor do bairro, como a "invasão da Sharp".
Fonte de Pesquisa
JORNAL DO COMMERCIO
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