OBRAS DE ARTE EM MÁRMORE
𝐄𝐒𝐓𝐄 𝐃𝐎𝐂𝐔𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐕𝐀, 𝐐𝐔𝐄 𝐎 𝐂𝐄𝐌𝐈𝐓𝐄́𝐑𝐈𝐎 𝐒𝐀̃𝐎 𝐉𝐎𝐀̃𝐎 𝐁𝐀𝐓𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐄́ 𝐔𝐌 𝐌𝐔𝐒𝐄𝐔 𝐃𝐄 𝐀𝐑𝐓𝐄 𝐀 𝐂𝐄́𝐔 𝐀𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎... 𝐋𝐄𝐓𝐄𝐑𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄. 𝐄𝐦 𝐌𝐚𝐧𝐚𝐮𝐬, 𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐦𝐨𝐫𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐈́𝐭𝐚𝐥𝐨-𝐀𝐦𝐚𝐳𝐨𝐧𝐞𝐧𝐬𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐚𝐜𝐨𝐮-𝐬𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐫 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚𝐬 𝐨𝐛𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐞𝐦 𝐦𝐚́𝐫𝐦𝐨𝐫𝐞, 𝐭𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐮𝐚 𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐞𝐱𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬 𝐭𝐮́𝐦𝐮𝐥𝐨𝐬 𝐝𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐨𝐬𝐚𝐬 𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐌𝐚𝐧𝐚𝐮𝐬.
As ᴇsᴄᴜʟᴛᴜʀᴀs ɴᴏ ᴄᴇᴍɪᴛᴇ́ʀɪᴏ sᴀ̃ᴏ ᴅᴇ Mᴀ́ʀᴍᴏʀᴇ ᴅᴇ Cᴀʀᴀʀᴀ, ᴘᴜʀᴏs ᴇ ᴄᴀʀɪ́ssɪᴍᴏs... ᴀʟɢᴜɴs ᴅᴇsᴇɴʜᴀᴅᴏs ᴘᴏʀ ᴀʀᴛɪsᴛᴀs ɪᴛᴀʟɪᴀɴᴏs ᴇ ᴛʀᴀɴsғᴏʀᴍᴀᴅᴏs ᴇᴍ ʀᴇᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴇᴍ ᴍᴀɴᴀᴜs ᴘᴇʟᴀ undefined́ᴛᴀʟᴏ Aᴍᴀᴢᴏɴᴇɴsᴇ.
𝐂𝐎𝐍𝐇𝐄𝐂̧𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐀 𝐇𝐈𝐒𝐓𝐎́𝐑𝐈𝐀
Inaugurada em 1898, viria a se constituir de modo marcante para a estatuária tumular no Amazonas. Seu nome está gravado em várias das sepulturas encontradas no Cemitério de São João Batista, como na foto 1. As observações realizadas em campo e a leitura de periódicos permitem destacá-la como uma das principais responsáveis por legar um grande acervo de patrimônio artístico e histórico presente nessa Manaus dos mortos. É possível que a chegada da marmoraria à cidade tenha contribuído para tornar mais democrático o acesso às peças de decoração tumular, uma vez que facilitava a aquisição de itens em variados tamanhos e preços, sem a necessidade de importar diretamente a obra de outro estado ou país. Com isso, tornava-se mais difuso também o padrão estético oitocentista sobre a ideia de um mundo espiritual mais ocidentalizado, à maneira do hemisfério norte.
Desde a sua fundação, o proprietário da Marmoraria Ítalo-Amazonense, foi Cesare Veronesi (? – 1941), chegado à cidade naquele mesmo ano. Esteve sempre identificado como dono deste negócio e referido por vezes como industrial e engenheiro. A dimensão a que chegou sua marmoraria deve-se ao empenho profissional. A firma importava mármore diretamente de Carrara e, com alguma frequência, Veronesi viajava à Itália para tratar de encomendas, tanto de pedra bruta ou talhada, como de obras de arte. Quando ausente, Veronesi deixava um representante legal e comercial no escritório na praça de Manaus, enquanto no estabelecimento seu chefe de oficina se encarregava de suprir as encomendas. Eram em princípio sempre membros da comunidade italiana de Manaus. Entretanto, houve uma frustrante experiência em 1904, quando o encarregado da marmoraria, Angelo Anello se apossou do saldo de todos os negócios durante a viagem de Veronesi. Quando levou os trabalhos da firma para as exposições universais de Roma e Turim, em 1911, deixou a marmoraria aos cuidados de Jacob de Oliveira Rocha e Domingos Gomes Coutinho, que eram na altura seus empregados mais experientes e confiáveis.
Os anúncios de chegada ao porto de Manaus de materiais importados por Veronesi informam dezenas de pedras ou, até, excedendo mais de uma centena de uma só vez. A progressiva expansão do negócio fez com que se mudasse mais de uma vez de endereço, em busca de espaço e de visibilidade. Saiu da Rua Saldanha Marinho em 1898, para ocupar endereço na principal vitrine de negócios da cidade, Av. Eduardo Ribeiro, ainda em 1903.
O sucesso da Marmoraria Ítalo-Amazonense foi eliminando gradativamente a concorrência: em 1906 comprou a Marmoraria Luso-Brasileira, de Victorino José Romão, instalada na Av. Eduardo Ribeiro, nº 44 e alargou o espaço físico e comercial do estabelecimento. A firma possuía ainda o Governo do Estado do Amazonas como um de seus clientes, pois são frequentes as publicações de despacho sobre ordem de pagamento ou reconhecimento de dívida do erário público estadual com os serviços de Veronesi. A fama da oficina também foi fruto de investimento do proprietário. A Marmoraria Ítalo-Amazonense tomou parte de várias exposições nacionais e mundiais, dentre elas: a Exposição Mundial de Saint Louis – 1904, onde obteve uma medalha de bronze; a Exposição Nacional do Rio de Janeiro – 1908; e a Feira Internacional de Bruxelas – 1910.
Algumas obras de autores italianos que se identificam hoje no Cemitério de São João foram intermediadas pela firma de Veronesi, embora outras tenham chegado por mãos de terceiros, revelando aspectos da alta competitividade do negócio, como é o caso que envolveu a escultura do genovês Pietro Bacigalupo (1875-1924). As credenciais de Bacigalupo, para além de endereço comercial e um nome de família ligado às artes em sua terra natal envolvem o estudo da escultura na Academia de São Petersburgo, onde trabalhou durante vinte anos no Palácio de Inverno, produzindo vasta decoração. Para Cesare Veronesi, Bacigalupo foi, na melhor hipótese, um artista menor que subcontratava obras, tomava as obras de outros como suas.
Sᴇ Vᴏᴄᴇ̂ ǫᴜɪsᴇʀ ᴛᴇʀ Aᴄᴇssᴏ ᴀ Esᴛᴇ Dᴏssɪᴇ̂ COMPLETO, Eɴᴛʀᴇ ɴᴏ Nᴏssᴏ Cᴀɴᴀʟ ɴᴏ Tᴇʟᴇɢʀᴀᴍ ᴇ ᴘᴇᴄ̧ᴀ ᴘᴏʀ ʟᴀ́. Eʟᴇ sᴇʀᴀ́ Eɴᴠɪᴀᴅᴏ ᴅɪʀᴇᴛᴀᴍᴇɴᴛᴇ ᴘᴀʀᴀ ᴠᴏᴄᴇ̂.
ABAIXO ALGUMAS OBRAS CRIADAS PELA ÍTALO AMAZONENSE
Fonte de Pesquisa
DOSSIÊ - Os guardiões de pedra da cidade dos mortos - escultura tumular na Manaus da belle époque, de Márcio Páscoa e Carla Martins | UEA | 2019
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