
O Teatro da Instalação foi fundado no dia 6 de maio de 2001 pelo Governo do Estado, e na inauguração, contou com a apresentação da Ópera dos Três Viténs, de Weil e Brecht, durante o V Festival de Ópera.
Situado na Rua Frei José dos Inocentes, s/nº – Centro de Manaus, o Teatro da Instalação é uma das construções mais belas da cidade e é um espaço que recebe peças teatrais, apresentações de danças, espetáculos musicais e ensaios, e uma diversidade de atividades artísticas.
História do Prédio

O prédio do Teatro chama a atenção de quem passa pelas proximidades, pois sua construção é um sobrado de azulejos azuis. No passado, o local funcionava como a Casa Havaneza de J. Vaz da Costa Soares, edifício da Belle Époque de Manaus, que era especializada em artigos finos e uma variedade de itens e acessórios como chapéus, charutos, cigarros, bolsas e etc. Tempos depois, o local funcionou como Importadora Magda e sofreu um incêndio e a estrutura do prédio foi severamente danificada em seu todo.
O terreno vizinho infelizmente foi demolido nos anos 60. Durante a administração do prefeito João de Mendonça Furtado (1982 – 1983), o prédio foi adquirido pelo município para que ali se estabelecesse o Museu da Cidade de Manaus, projeto este que nunca foi concluído.
Por ser um dos prédios emblemáticos da Belle Époque, ele passou a ser um espaço de difusão cultural e atualmente recebe muitas apresentações artísticas. O Teatro da Instalação se destaca por ser o segundo mais movimentado com eventos da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).
O Teatro da Instalação também recebe ensaios cênicos, de dança e de cinema, além de também ser a base de três Corpos Artísticos estatais: Amazonas Band, Corpo de Dança do Amazonas (CDA) e Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas (BECDA).
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Curiosidade sobre o nome do Teatro da Instalação
O Teatro recebeu o nome “Instalação” por conta da criação da Província do Amazonas, que permitiria uma circunscrição territorial à Capitania, elevando-a a categoria de Província, e foi assinado ali naquele mesmo local. Em 1843, após aprovação da Câmara, finalmente a Província do Amazonas foi criada e sua efetivação deu-se sete anos depois, através da Lei nº 582, de 5 de setembro de 1850.
HISTÓRIA DETALHADA
Teatro da Instalação (antiga Casa Havaneza) é um Belíssimo sobrado localizado à Rua da Instalação, canto com a Rua Frei José dos Inocentes, em pleno centro histórico de Manaus. O imponente casarão remonta à penúltima década do século XIX, e foi edificado seguindo os cânones dos típicos sobrados de feição luso-brasileira, com muitas portas abertas para o térreo, com finalidade comercial; a cada uma delas correspondendo uma sequência de janelas com balcões, arrematadas em belos arcos ogivais, uma herança da arquitetura árabe, levada para a Península Ibérica no século VIII pelos conquistadores mouros vindos do norte da África.
O grande destaque do edifício, contudo, são seus lindos ladrilhos reluzentes, em suave tom de azul, que revestem toda a histórica fachada, uma característica rara em Manaus, mais comum em cidades como Belém do Pará ou São Luís do Maranhão, de forte tradição lusitana em sua formação histórica. Na platibanda, coroada por uma balaustrada, veem-se pinhas e estatuetas, à guisa de decoração, outra característica dos prédios do início da República, pré-Ecletismo, que remetiam ainda ao estilo adotado nos tempos do Brasil-Império.
O imóvel tem uma longa história. Durante décadas, abrigou em seu térreo a famosa “Casa Havaneza”, estabelecimento comercial de grande prestígio na Manaus da ‘belle époque’. Era uma loja refinada, estabelecida em 1888, de propriedade dos sócios J. Vaz da Costa & Soares. Inicialmente seu ramo de comércio era apenas o de tabacaria – daí o nome, uma referência explícita à capital cubana, Havana, centro do comércio mundial da indústria de tabaco e derivados.
Logo, porém, especializou-se na venda de artigos masculinos de luxo (camisas, colarinhos, punhos, abotoaduras, ceroulas, lenços, suspensórios, gravatas, etc), num tempo em que a elegância no trajar, tanto para homens quanto mulheres, era um código social obrigatório. Também dispunha de um bom estoque de artigos de perfumaria, acessórios (sombrinhas, capas de chuva, bengalas) e brinquedos, dentre outros produtos. Segundo os anúncios veiculados nos jornais da época, na Casa Havaneza também podiam ser encontrados os bilhetes para os espetáculos levados à ribalta do Teatro Amazonas, o que certamente aumentava bastante a clientela da elegante loja nessas datas festivas.
O tradicional estabelecimento – que ocupou o belo sobrado azulejado da Rua da Instalação até 1920, quando se mudou para outro endereço na atual Avenida Sete de Setembro, atrás da Catedral – sobreviveu bravamente à ‘débacle’ do comércio da borracha, fechando suas portas definitivamente somente em 1930.
Ao lado da Casa Havaneza, ocupando uma terça parte do andar térreo do mesmo edifício, funcionou, de 1908 até o início da década de 50, outro estabelecimento de prestígio na cidade: a Alfaiataria Ramalho, especializada na confecção de uniformes civis, militares e escolares. Não se sabe ao certo o que funcionava à época no andar superior, sendo o mais provável que, a exemplo de outros imóveis da mesma época e tipologia, servisse de moradia – algo como um apartamento nos padrões atuais – para um dos donos do estabelecimento, ou por estes alugados a terceiros.
Desconhece-se o destino do imóvel nas décadas de 30, 40, 50; sendo de supor que estivesse sendo ocupado por alguma firma ou escritório de representações.
Posteriormente, entre 1961 e 1976, o velho prédio da Rua da Instalação abrigou a Drogaria Comercial, de propriedade do senhor Abdon Azaro, proeminente farmacêutico de origem libanesa, o qual passou a residir nos altos com sua família. Com o falecimento deste e o encerramento das atividades da drogaria, o imóvel permaneceu fechado por alguns anos e ameaçado de demolição. É quando entra em cena o Conselho Estadual de Cultura, então um órgão bastante ativo, que sugeriu a aquisição/desapropriação do prédio pelo Estado, a fim de abrigar o projetado Museu da Cidade, o que não foi levado adiante.
Ao invés disso, o histórico edifício, em 1987, já de propriedade do poder público, foi inteiramente restaurado e modernizado internamente, com a construção de um auditório de 284 lugares e outras benfeitorias, para servir de sede ao Instituto Superior de Estudos da Amazônia (ISEA) – um fórum de debates permanente acerca dos assuntos e das políticas regionais, idealizado por ocasião do I Encontro dos Governadores da Amazônia, e instalado em 10 de agosto de 1987. Todavia, a ociosidade das atividades do novo instituto - culminando na sua virtual extinção, na segunda metade da década de 90 - relegou o prédio a um ‘status’ de subutilização; até que, em 2001, devidamente adaptado pela Secretaria Estadual de Cultura (SEC), passou a abrigar no térreo o pequeno e aconchegante Teatro da Instalação, destinado a ‘pocket shows’ e espetáculos de menor porte; e, no andar superior, um belo salão de amplas dimensões, destinado a ensaios de orquestras, balés e outros grupos de dança. O novo espaço esteve bastante ativo ao longo da primeira década deste século, sempre com boa frequência de público, especialmente os chamados “formadores de opinião” – artistas, intelectuais, estudantes, etc – que sempre se faziam presentes nos eventos ali promovidos.
Nos últimos anos, entretanto, com a reiterada desaceleração das atividades culturais estatais, por motivos os mais diversos, o simpático teatro encontra-se, mais uma vez, esquecido e subutilizado, o que é de se lamentar, pois, além de um belo prédio histórico, é um espaço cultural, construído com dinheiro público e para o público. Passada a atual pandemia, quando teremos o prazer de vê-lo reaberto e ativo novamente? Com a palavra, a sua gestora, a SEC/AM.

Fonte de Pesquisa
BLOG.RBARCOS | MANAUS SORRISO
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