sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Lugares mais 'assombrados' de Manaus

 Veja lugares mais 'assombrados' de Manaus.

Por BRUNA CHAGAS



Confira os relatos de quem já presenciou o sobrenatural em lugares históricos na capital.


As histórias de fantasmas habitam o imaginário das pessoas há séculos e não existe alguém nesse planeta que não tenha ouvido falar de pelo menos um "causo" sobrenatural. No mundo inteiro, há pessoas amedrontadas que alegam ter presenciado algo dessa natureza, mas na maioria das vezes, esses seres são vistos de relance, na penumbra e logo somem.

Entretanto, esses eventos paranormais geralmente ocorrem em lugares antigos, propícios pela própria imaginação e pela cultura popular como lugares assombrados por espíritos que aparecem somente na presença de uma ou de poucas pessoas, com mínima iluminação, e claro, sempre à noite ou na madrugada.

Para trazer à luz essas histórias, fomos à procura de lugares em Manaus em que as pessoas "juram de pés juntos" que já viram fantasmas, ou mesmo já sentiram ou presenciaram alguma manifestação do sobrenatural.

Desde vozes sem corpo, um frio de arrepiar que não é típico da região, instrumentos e objetos voadores são algumas das situações relatadas por nossos entrevistados. Confira alguns locais famosos e assombrados :

O majestoso Teatro Amazonas é um dos maiores símbolos da cultura do Estado. Fundado em 1896, o lugar é cheio de belezas, mistérios e esconde alguns segredos que somente poucas pessoas puderam compartilhar. Entre eles, os fantasmas que habitam o lugar e deixam o mais cético dos céticos com vontade de sair correndo do esplendoroso Teatro.

Márcio Souza, um dos maiores expoentes da literatura amazonense contou que não acredita em fantasmas mas que é imprescindível falar das famosas aparições no Teatro Amazonas. Ele disse que a primeira vez que soube dos fenômenos sobrenaturais foi em 1965.

De acordo com Márcio, a amiga e atriz Glauce Rocha, estava em Manaus com a peça "Um Uisque para o Rei Saul". Ela ensaiava no palco quando foi interrompida pelos gritos de pavor de um dos assistentes. Ele foi buscar um objeto de cena, quando se deparou com um cavalheiro, usando roupas do século XVIII e o rosto marcado por um sorriso triste. A figura fez uma reverência e depois desapareceu.

"O administrador do Teatro Amazonas, Aldemar Bonates, cessou a histeria com a observação de que era claro que ali existiam fantasmas, dizendo ao rapaz que toda ópera que se preza tem o seu fantasma, e encerrou o assunto".

Outro "causo" ocorreu, segundo Márcio, com a célebre pianista amazonense Gerusa Mustafa, em uma noite na qual ficou ensaiando até tarde e, após terminar, ouviu aplausos calorosos de um senhor sentado no terceiro andar e adivinhem quem era? Ele mesmo, o fantasma cavalheiro do século XVIII. Depois disso, ela nunca mais ensaiou sozinha. O escritor explicou que esse espírito era de um ator italiano que havia morrido em 1912, vitimado por malária.

Uma das últimas aparições deste foi quando o Joaquim Caldas, iluminador já falecido, que trabalhou mais de 20 anos no Teatro, o viu acenando em um dos camarotes, mas não ficou com medo, segundo o jornalista Antônio Carlos Junior, que conta essa história no livro que escreveu sobre o largo São Sebastião. O "Seu Caldas" se declarava amigo dos fantasmas.

Segundo Antônio Carlos, e de acordo com o que ele ouviu do próprio Caldas, uma mulher de olhos azuis e roupa branca veio na direção do palco onde estava o iluminador e o cumprimentou, ao estender a mão ao funcionário, ela simplesmente sumiu.

Ainda de acordo com Antônio, o terceiro andar do Teatro Amazonas é um dos lugares mais assombrados da cidade. Para se ter uma ideia, só para chegar ao local, você deve subir uma escada de ferro em forma de caracol e sem iluminação.

"Seu Caldas me contou que um dia ouviu muito barulho vindo do banheiro masculino do terceiro andar, parecia uma festa. Quando ele foi acender às luzes, ele sentiu alguém dar um tapa na mão e as luzes se apagaram. Ele saiu correndo e xingando os fantasmas. Mas logo em seguida, voltou e pediu desculpas dos amigos que conviviam com ele há quase 20 anos".

Outro famoso espírito que habita o teatro segundo relatos de vários funcionários, é de uma pianista que morreu no palco, no início do século XX quando executava a 5ª Sinfonia de Beethoven e sofreu o ataque fulminante.


La Gioconda


Márcio Souza ainda contou que o poeta Farias de Carvalho fez uma pesquisa e descobriu que todos os anos, no dia 31 de dezembro, no aniversário do Teatro Amazonas, esses criativos espíritos encenam "La Gioconda", ora sob a regência do maestro Benário Civelli, morto de febre amarela em 1899, ora sob o comando do maestro Genivaldo Encarnação, regente natural do Ceará e morto numa briga na Pensão da Mulata.

Ainda segundo Márcio, em 1973 quando o Teatro Amazonas foi restaurado, os fantasmas perturbavam os trabalhadores da reconstrução e o lugar ficava cada vez mais com a temperatura muito baixa, algo atípico, porém uma turma de atores do extinto Tesc (Teatro do Sesc) convidou os famosos fantasmas para passarem uma temporada em seu 'teatrinho' na rua Henrique Martins. E um dos atores mais céticos chegou a ver e ouvir os instrumentos tocando sozinhos.


Raimundo Nonato


Com quase meio século de trabalho no Teatro Amazonas, Raimundo Nonato de 82 anos é tão famoso quanto os fantasmas. O cenotécnico já é aposentado, mas passa a maior parte do seu tempo no Teatro.

Ele disse que já perdeu as contas de quantas coisas sobrenaturais já viu dentro do Teatro Amazonas. Um exemplo clássico é o terceiro andar. “Teve um período em que eu passava pelo terceiro andar e sentia um calafrio. Agora eu passo a qualquer hora e não estou nem aí, já me acostumei com isso”.

O cenotécnico contou um caso curioso. Uma vez o teatro teve três dias de casa lotada, com todas as cadeiras vendidas. Misteriosamente em nenhum dos dias o ocupante da cadeira 13 apareceu para assistir à apresentação. Ele esclarece que chegaram a levar pessoas para sentar no local, mas elas nunca ficavam. "Quem sabe já não tinha alguém lá?”, comenta Nonato.


Teatro da Instalação


Nonato Braga, de 51 anos, que trabalhou por quase uma década no Teatro da Instalação (2001), contou à reportagem que várias vezes presenciou atividade paranormal no local.

"Eu e o pessoal que trabalhava na cozinha estávamos almoçando e várias vezes vimos uma bolinha de criança indo de um lado para o outro como se pessoas estivessem jogando naquele lugar. A minha colega cozinheira já estava tão acostumada que até dizia em voz alta para eles brincarem em outro lugar e assim a atividade parava".

Apesar dessas manifestações sem explicação no local, um amigo dele, que era policial e tomava conta do teatro à noite, disse que não acreditava até que um dia no auge da madrugada, ouviu uns passos de pessoas descendo às escadas de caracol (parecida com aquela mesma do Teatro Amazonas, só que de madeira), e ele sacou o revólver esperando para abordar quem descia e quando ele esperou o último passo, não viu ninguém. Desde esse dia, o policial não quis mais ficar no turno da noite.

Mais uma situação paranormal aconteceu, mas dessa vez com a funcionária de serviços gerais, conhecida como Quitéria Silva que trabalha há mais de 10 anos no teatro. Segundo os relatos, ela viu um figura subindo às escada de caracol e ao procurar para ver quem era, a figura sumiu. Que escada assustadora!


Biblioteca Pública do Estado


Livros levitando? Barulhos na escada? Vultos e mulher parecida com uma antiga diretora do local? Pois é, a Biblioteca Pública do Estado do Amazonas, inaugurada em 1871, traz todos esses elementos e mais alguns.

Uma das mais antigas funcionárias da biblioteca tem mais de 60 anos. Nesse mês ela está de férias e alguns funcionários contaram histórias que a dona Clara relatou a eles.

Daniela Oliveira, de 23 anos, que trabalha na recepção da biblioteca há dois anos, contou à reportagem que dona Clara várias vezes chegou a ver no porão, onde ficam os livros mais antigos, exemplares se mexendo e levitando.

"Dona Clara chegou a me contar que várias vezes quando estava trabalhando lá embaixo, ela via livros levitando, se mexendo, sem nenhuma presença humana no recinto. É de arrepiar".

Daniela contou ainda que os vigias que trabalham à noite sempre ouvem barulhos nas escadas do prédio. Certa vez ela contou que o vigia desabafou dizendo que viu um homem comum, sem vestimentas antigas subindo às escadas. "Ele disse que chegou a segui-lo, mas a figura fantasmagórica despareceu".

A recepcionista disse que outro famoso fantasma do lugar, pelo menos que as pessoas relatam é o de uma diretora da Biblioteca chamada Thália Phedra, que morreu ainda ocupando esse cargo e vive tomando conta do lugar. Thalia faleceu no dia 14 de março de 1983, às vésperas da posse de Gilberto Mestrinho, em um dos seus mandatos como Governador do Amazonas, num tempo em que ela lutava pelo restauro do prédio.

Dia seguinte à morte dela, parte do forro desabou exatamente sobre a mesa da sala que ocupava, o que levou ao fechamento da Biblioteca, para o justo e necessário restauro. O espaço abriu, de forma proposital, um ano depois da morte dela e foi reinaugurado na data do primeiro aniversário de morte de dona Thália, pelo governador Mestrinho.

Segundo o jornalista e filho da diretora, Saulo Borges, a mãe não assombraria o lugar, a não ser que ela tenha que defender, mesmo depois de desencarnada, o prédio da Biblioteca Pública e o acervo do órgão de alguns malvados frequentadores do lugar, como fazia quando estava viva.

"Minha mãe era, "sem querer me mostrar", como diz no pagode clássico, furiosa defensora do prédio e do acervo daquela Biblioteca. Tanto é que ela dá nome a um dos salões do lugar, exatamente o salão onde ela tinha uma sala montada por estantes de livros, expostas no local como se fossem divisórias", contou Saulo.

Ele continua: "Posso dizer que amei a ideia de ela andar por ali. Se for ela mesmo essa Thália Phedra (Borges dos Santos), que morreu em 1983, há 35 anos, quando era diretora da Biblioteca Pública do Estado. Para quem crê nos espíritos, é real, até pelo apego que todos nós familiares, sabemos que ela tinha pelo prédio, pelo acervo do lugar, pelas colegas de trabalho, amigas e amigos, e sabe como ela se dedicou e se entregou aquilo ali".

Saulo ressaltou que não acha impossível que mãe apareça no local. "Vivemos parte da nossa infância ali dentro. Quando não tínhamos onde ficar, ela nos levava pra lá. Foi quase que mais uma casa nossa... minha e dos meus três irmãos. Ela amava aquele lugar. Meu pai dizia pra ela ter limites que ela morreria e a Biblioteca ia ficar", finalizou o filho.


Palácio Rio Negro


As mulheres de branco estão presentes em várias culturas de inúmeros países. Aparecem em estradas, em casas abandonadas, rodoviárias e assim por diante. Em Manaus, não poderia ser diferente, entretanto, ela é uma mulher rara - uma primeira-dama, de vestido branco, fina e elegante, que 'assombra' o Palácio da Justiça, localizado no Centro da capital amazonense. Mas para entender o fantasma famoso que aparece no local, precisamos compreender a história do lugar.

Antes de ser Palácio Rio Negro que conhecemos, ele era chamado de Palacete Scholz e foi construído em 1903 para ser residência particular de um comerciante da borracha.

Após o declínio do ciclo, o palacete foi primeiramente alugado ao Governo do Amazonas e em 1918 foi vendido por 200 contos de réis recebendo a denominação de Palácio Rio Negro. De 1918 a 1959, serviu de residência aos governadores e Sede do Governo até 1995.

Álvaro Maia foi duas vezes governador do Amazonas (1935-1937 e 1951-1954) e contam que o fantasma da mulher de Álvaro Maia assombra o palácio, falecida em 1968.

Até hoje os vigias que trabalham à noite contam que veem sempre uma mulher, de vestido branco, que cumprimenta a todos e passei pela antiga "residência" dela.

Um vigia que preferiu não se identificar, contou que ela não faz mal a ninguém, mas quando está por perto, é possível sentir a sua presença e em seguida aquele arrepio que mexe com a imaginação de qualquer cético.

Após a leitura dos fatos, você acredita em fantasmas?




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Fonte de Pesquisa

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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

PRAÇA DUQUE DE CAXIAS




Em 27 de outubro de 1970, ra inaugurada a Praça Duque de Caxias, situada em frente ao quartel do 1º Batalhão de Infantaria de Selva, no bairro de São Jorge. 


A Lei Municipal 835, de 6 de outubro de 1964, autorizou a então Prefeitura de Manaus a construir uma praça no bairro São Jorge. Nas proximidades do Conjunto dos Bancários, em frente ao então Quartel do 27º Batalhão de Caçadores – 27º BC. Atual 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel – 1º BIS Amv, e denominou esse logradouro público Praça Nações Unidas.


Posteriormente, teve sua nomenclatura alterada para Praça Duque de Caxias em homenagem ao Patrono do Exército Brasileiro. Em 1971, a Praça recebeu a instalação de um busto desse militar.



   

Fonte de Pesquisa

Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte













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MAPAS DE MANAUS


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1852


1852


???


1897


1895




1906



1895


CIDADE FLUTUANTE


1969 | Este era muito vendido em bancas de revistas e livrarias.



Provavelmente posterior a 1937 e anterior a 1968



1906


???


1913



1938


1899


2022


 



   

Fonte de Pesquisa

IGHA

IDD




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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Cem anos do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (1917-2017) IGHA



Não podemos esquecer que a História da Amazônia vem sendo vivida há mais de 20.000 anos, a data das pinturas rupestres, dos restos de fogueiras, das terras pretas e das cerâmicas espalhadas, por esse imenso território, e que a nossa Historiografia começou a ser escrita há apenas quinhentos anos, desde quando Vicente Yanez Pinzon citou a existência desse rio de Santa Maria de La Mar Dulce, em 1500, que avançava dezenas de léguas mar adentro esse imenso caudal do rio Amazonas.


Também não podemos olvidar o trabalho dos primeiros cronistas, entre os quais o piloto Antonio Pereira Temudo, que deixou para a posteridade o registro das vicissitudes da fundação da cidade de Belém, a 12 de janeiro de 1616, em seu diário de bordo, há 400 anos, um dos primeiros relatos sobre a nossa região, na viagem da primeira flotilha de guerra, que aqui chegou. Nem tão pouco da descrição das Batalhas Navais das Ubás contra os navios de alto bordo ingleses e holandeses, que resultaram na ocupação da foz do rio Amazonas. Lembremos também o cronista André Pereira, além da memorável viagem de Pedro Teixeira, de ida e volta a Quito, no Equador atual, subindo e descendo o Amazonas, indo e vindo através dos Andes, em um percurso em dobro ao de Francisco Orellana, outro viajante de que se guardou memória, em périplos muito maiores que os de Ulisses, o grego.



E a memória registrada pelas tropas de resgates destinadas a fornecer a mão de obra para repovoar o Marajó e a região em volta de Belém, onde tupinambás e aruãs foram praticamente exterminados. Povoava-se uma área e despovoava-se outra. E a dos droguistas que na busca de produtos regionais também expandiram a fronteira, sem qualquer participação de bandeirantes, como se quis impingir com a Historiografia predominante no Estado Novo.


Lembremos ainda o fervor da Igreja ao expandir as suas Encomendas do interior, no sentido espanhol dessa instituição, de domínio da terra e dos índios, com a formação moral, o trabalho comunal indígena, nas plantações, na coleta dos produtos da terra e nas fazendas, e a criação de um possível V Império Religioso, com os seus luminares registrando fatos e coisas, inclusive da história regional.


Desta época também devemos render as nossas homenagens a Bernardo Pereira de Berredo, que foi governador do Estado do Maranhão e do Grão-Pará de 1718 a 1722, ao registrar a História até àquele ano, em seus Annaes, salvando-a da perda total, quando os arquivos do Estado, em uma de suas mudanças e andanças, entre São Luís e Belém, afundaram. Aliás, é bom lembrarmos a existência de alguns bons historiadores maranhenses, que nos apresentaram muitos dados comuns de nossas origens.


Nos tempos imperiais o sentimento amazônico foi afogado em sangue durante a Cabanagem. São importantes para a História desta época: Domingos Antonio Rayol, com Motins Políticos, Antonio Ladislau Monteiro Baena, com o Compêndio das Esras da Província do Pará, e Lourenço Araujo e Amazonas, com o Dicionário Topográfico, Histórico e Descritivo da Comarca do Alto Amazonas (1852).





Durante quase todo o século XX os historiadores do Amazonas, que na memorável sessão do dia 21 de março, tornaram-se patronos de novas cadeiras, dedicaram-se a uns poucos filões da nossa rica História, como o da Exaltação do Período Colonial e dos colonizadores, o da Cabanagem e o do fausto do período áureo da borracha, principalmente relacionado com a descrição da riqueza e com a modernização do equipamento urbano de Manaus e de Belém.


Mas a maior importância do nosso Instituto, cuja fundação data de 25 de março de 1917, por tanto há 100 anos, tem sido a de manter um patrimônio geo-histórico de grande valor constituído de uma hemeroteca dos jornais regionais, peças indígenas arqueológicas e atuais, alguns quadros e móveis antigos, uma boa mapoteca, muitas fotografias e uma biblioteca de obras antigas e modernas.


Essa fundação talvez esteja relacionada com a Grande Crise, que se abatera sobre a região, pela perda do mercado exclusivo se borracha natural silvestre e pela Grande Guerra, com a Inglaterra requisitando todos os navios da Booth Line, para serem armados.


Desde 1913, o ano em que a produção de borracha do Oriente superara a produção da Amazônia, a região esvaziava-se econômica e populacionalmente. Naquele ano, cerca de 13.000 pessoas a mais, das que haviam entrado, deixaram o Amazonas, e, em Manaus, mais de 2000 casas estavam abandonadas. A situação continuava piorando, a tal ponto que a Gripe Espanhola de 1918, encontrou uma população subalimentada, enfraquecida, com vizinhos se cotizando para não passar fome, com a Morte ceifando mais de 6.000 pessoas, em pouco mais de três meses. Os 100.000 habitantes de 1910, trinta anos mais tarde estavam reduzidos a 40.000.


Parece que esses momentos de crise unem os cidadãos, tornam a população mais homogênea, e isto fez aparecer não só o IGHA, em 1917, mas a Academia Amazonense de Letras, em 1919, e livros como a Corografia do Amazonas, de Agnello Bittencourt; a História do Amazonas, de Arthur Reis; e a célebre Canção de Fé e Esperança, de Álvaro Maia, desencadeando o Movimento Glebarista.


Assim, o nosso Instituto serviu para guardar um grande acervo da história regional, embora um pouco dilapidado por épocas de desinteresse ou de cupidez, e de congregar personalidades interessadas em manter as tradições da nossa diferenciada região, apesar das tentativas de abafá-las, como ocorreu durante o Estado Novo, quando até as bandeiras estaduais foram proibidas. Como os gaúchos, nós também resistimos, sem perder a brasilidade.


Além do seu dever de continuar com essas funções outras novas deveriam estar presente em nossos ideais futuros: as do fortalecimento aos Institutos Históricos e Geográficos Municipais já existentes e a do incentivo à criação de novos, onde forem possíveis, em todos aqueles com mais de 50.000 habitantes, com a criação de bibliotecas e museus, e com uma extensão para a História Natural, para nos libertarmos aos poucos do pensamento literário e ingressarmos no pensamento científico, recuperando a pesquisa científica, entregue em mãos estranhas, do que foi exemplo o nosso Jardim Botânico do Amazonas, fechado por medida de economia.


Sem esquecermos que devemos ainda procurar restabelecer ou reativar as instituições dos Estados do Acre e de Roraima, adormecidas.


Talvez fosse interessante criarmos uma confederação de Institutos Municipais, I com uma reunião bienal nas capitais, para a apresentação de trabalhos. Precisamos criar em nossa região mecanismos, com essa finalidade.



Afinal somos todos as mesmas gentes, com pequeníssimas diferenças de dosagens de DNA das nossas etnias formadoras. Apesar de tudo, hoje a Amazônia é a maior extensão territorial de fala portuguesa do mundo, onde mais de vinte milhões pessoas expressam-se em um sonoro e vocálico português, graças à pertinácia de milhares de homens, que se atreveram a enfrentar e a atravessar os mares nunca dantes navegados, e a subir rios, a remo, vela e sirga, em percursos de dezenas de dias, alguns semelhantes à atravessia do Oceano Atlântico. Muitos deles devem ser destacados, como Pedro Teixeira, que levou os domínios da Coroa Portuguesa até o Napo, Antonio Vieira, com os seus sermões chamando a sociedade à Regeneração e pelas suas prédicas a favor da liberdade dos índios, os capuchos Cristóvão de São José e Antonio de Marciana, os primeiros missionários da Amazônia, Samuel Fritz, o evangelizador do Solimões, Pedro da Costa Favela, Pedro Baião de Abreu e Feliciano Coelho de Carvalho, nas lutas contra holandeses e ingleses, pela posse da foz do Amazonas, Francisco Xavier de Mendonça Furtado e seu irmão Sebastião José de Carvalho e Melo o Marquês de Pombal, por terem vislumbrado a grandiosidade da região amazônica, traçando-lhe planos de desenvolvimento e de incentivos econômicos, estabelecendo leis raciais igualitárias e lutando pela expansão e proteção de suas fronteiras, e João Pereira de Caldas e Manuel da Gama Lobo de Almada, os grandes demarcadores, que conseguiram delineá-la, apesar da oposição dos espanhóis e dos holandeses. E finalmente de Ajuricaba e de Guaimiaba, na luta em defesa de suas terras nativas. Hoje podemos chamá-la de Feliz Amazônia, desde que continuemos a defendê-la, por que tem água potável em abundância, bilhões em minérios, terras para a agricultura, florestas gigantescas a explorar e uma população ordeira e trabalhadora, um dos últimos locais da Terra onde ainda se pode ter Esperança e que representa o futuro do nosso Brasil, que nos trata como uma mera colônia distante, para os lados do Equador terrestre.



   

Fonte de Pesquisa

BLOG DO FRANCISCO GOMES

Por  Antônio Loureiro | Historiador amazonense. Membro das academias Amazonense de Medicina e Amazonense de Letras. Ex-presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.




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