quinta-feira, 4 de novembro de 2021

GRUPO ESCOLAR CARVALHO LEAL

 


Instituição de ensino também criada pelo presidente do Estado do Amazonas, Ephigênio de Salles (Decreto 74, de 27 de dezembro de 1926), a então Escola Estadual Carvalho Leal recebeu essa nomenclatura em homenagem ao republicano Domingos Theóphilo de Carvalho Leal.


A inauguração desse Grupo Escolar ocorreu no dia 1º de janeiro de 1927, instalado na então chácara Affonso de Carvalho – situada na rua Codajás, bairro Cachoeirinha –, que precisou ser reconstruída e adaptada pela administração estadual.




Em 1928, essa mesma chácara recebeu assim a instalação da Creche Alice de Salles, dirigida por Maria de Miranda Leão. Fundada em abril desse ano, servia para abrigar os filhos de até cinco anos de idade dos portadores de hanseníase.


A Creche Alice de Salles – que recebeu esse nome em homenagem à filha daquele ex-presidente do Estado – era subordinada ao então Leprosário Belisário Penna, hospital destinado aos doentes do mal de Hansen, instalado no antigo prédio do Instituto Affonso Penna, na localidade de Paricatuba, hoje, distrito do município de Iranduba.




A construção da atual sede da então Escola Estadual Carvalho Leal – na rua Borba, também no bairro Cachoeirinha – foi iniciada em 1948 e inaugurada no ano seguinte, em 5 de setembro. O prédio dessa Escola tem um pavimento com quinze salas de aula e oferece Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos – EJA.


Carvalho Leal 5.8.1854 a 3.6.1916

Quem foi ???



Alexandre Leal nasceu em São Luís, Maranhão, talvez em 1822 ou 1823. Era filho de Ricardo Henriques Leal e D. Inez Raimunda de Carvalho, e neto do coronel Antônio Henriques Leal e Anna Rosa de Carvalho. Casou-se com D. Maria Luiza Leal Valle, com quem teve pelo menos dois filhos: D. Lourença Theophila Valle Leal e Dr. Domingos Teófilo de Carvalho Leal, que exerceu importante papel na passagem do Império para República no Amazonas.

No Maranhão, Alexandre Leal ficou conhecido por várias funções: professor de matemática, pedagogo, economista e político. Formou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, tornando-se bacharel. Também foi bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas.

Alexandre Leal foi o eterno confidente de Gonçalves Dias. Quando este esteve no exílio, dedicou-lhe seu livro de poesias “Últimos Cantos”, publicado em 1851. Quando o pai do poeta faleceu e a madrasta não teve como mantê-lo em Portugal, foram Alexandre Leal, João Duarte Lisboa Serra, Joaquim Pereira Lapa e José Hermenegildo Xavier de Morais que custearam as suas despesas. Gonçalves Dias também trocava cartas e confidências com o amigo, sobre a vida e seus amores, e principalmente sobre a paixão que tinha pela prima de Alexandre Leal, Ana Amélia Ferreira do Vale.

Em 1845, esteve como sócio da Sociedade Philomática Maranhense, onde se ocupava das discussões sobre a ciência, as artes e as letras. Em 1846, presidiu a Associação Literária Maranhense, fundada por alguns estudantes do Liceu Maranhense no ano de 1844, à qual também pertenceram o professor Ayres de Vasconcellos Cardoso Homem, o biógrafo Henriques Leal, o pesquisador Antônio Rego, o historiador Luís Antônio Vieira da Silva, o crítico Frederico José Corrêa e o educador Pedro Nunes Leal.

Em 10 de junho de 1847, Alexandre Leal entrou em exercício como inspetor do Tesouro Público Provincial, ao substituir Paulo Nunes Cascaes. Essa notícia saiu inclusive no jornal “Diário de Pernambuco” de 14 de julho do mesmo ano. Também em 1847, começou a circular o jornal “Progresso”, do qual ele era dono, além de redator, juntamente com Fabio Alexandrino de Carvalho e Antônio Rego.

Em 1849, fez parte da comissão que tratava da obrigatoriedade escolar e que organizou um plano de reforma para a instrução pública maranhense, composta ainda por Francisco de Mello Coutinho de Vilhena, Francisco Sotero dos Reis e João Francisco Lisboa. Nesse mesmo ano, o jornal “A Epocha” também noticiou que ele foi candidato a deputado pelo Colégio de Caxias. E ainda, é criada a Revista Universal Maranhense, que em seu primeiro volume traz Alexandre leal como como colaborador.

A carreira no magistério ficou a cargo de seus trabalhos desenvolvidos principalmente no Liceu Maranhense, onde além de professor de matemática, especialmente de geometria, participou de várias bancas de exames e ocupou o cargo como o terceiro diretor da instituição.

Quando Pedro Nunes Leal cria o Instituto de Humanidades em 1857, estabelecimento de ensino privado frequentado pela elite ludovicense, Alexandre Leal esteve dentre os professores juntamente com Trajano Galvão de Carvalho, Antônio Henriques Leal, Gentil Homem de Braga, Joaquim da Costa Barradas e Francisco Sotero dos Reis. Nessa instituição fez parte da Comissão Diretora que procurou estabelecer as diretrizes para admitir os educandos, além de organizar o seu funcionamento, requisitar junto ao governo os recursos humanos e financeiros, adquirir equipamentos e máquinas e comprar e preparar o terreno. Assim, organizou os saberes e práticas necessários às aulas de primeiras letras dos meninos, que contavam com conhecimentos específicos de geometria, além de topografia, mecânica, desenho aplicado às artes, e outros.

Em 1859, Alexandre Leal esteve envolvido na criação da Escola Agrícola do Cutim, em São Luís. Vale ressaltar que ele era proprietário de vários engenhos no Alto-Mearim, trabalhando em prol do desenvolvimento da agricultura no Maranhão.

Ainda como professor de matemática, oferecia aulas particulares em sua residência. As aulas eram noticiadas em jornais locais, como também o seu “Curso Elementar de Geometria”.

Alexandre Theóphilo de Carvalho Leal faleceu em março de 1879. Entre suas contribuições para o ensino de matemática deixou um livro publicado: “Arithmetica”, de data não identificada, mas que além de circular no Maranhão entre os livros de origem principalmente francesa e portuguesa, foi adotado no estado do Amazonas, no período oitocentista.


  

Fonte de Pesquisa: 

Alex Pazuello

Moacir Andrade.

Centro Cultural dos Povos da Amazônia – CCPA.

Livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte

e

Waléria de Jesus Barbosa Soares | Doutora em Ensino de Ciências e Matemática pela UNICAMP. Professora de Matemática das Redes Públicas de Ensino Municipal e Estadual do Maranhão. Pesquisadora do Grupo Associado de Estudos e Pesquisas sobre História da Educação Matemática/GHEMAT-Brasil.

 

 


 






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