quarta-feira, 12 de abril de 2023

LEILA SILVA - A RAINHA DO SAMBA

LEILA SILVA (1960s)



Nascida Inezilda Nonato da Silva, a famosa cantora amazonense, musa da MPB nos últimos "anos de ouro" do Rádio, na virada das décadas de 50/60, tornou-se famosa em todo o país com a música "Não Sabemos", lançada na década de sessenta, cujo sucesso alcançou outros países. Leila Silva nasceu em Manaus em 7 de junho de 1935, na Rua Ajuricaba, bairro da Cachoeirinha, local onde viveu a infância e parte da adolescência, até mudar-se, em 1950, para a cidade de Santos, no litoral de São Paulo - seu pai, um radiotelegrafista dos Correios, após se aposentar, escolheu a cidade paulista para morar com a família. Leila Silva está com 85 anos e ainda mora em Santos, onde tem vida artística ativa. 


Segue texto bibliográfico a respeito da artista, extraído do site "Samba Choro": Leila Silva é uma geminiana nascida em Manaus, porém foi em Santos (onde reside até hoje) que conquistou seu cartaz, iniciando a carreira de grande cantora na Rádio Atlântica e na Rádio Clube de Santos, por volta de 1958. Nessa época, por sua atuação naqueles prefixos, ganhou o troféu do jornal "A Tribuna", como melhor intérprete e foi coroada "Rainha dos Músicos". 

Por seu talento inegável, gravou seu primeiro disco 78 rpm, na etiqueta "Califórnia", com os sambas "Mentira" e "Resignação". 

A beleza de sua voz chamou a atenção da crítica e do público para uma nova estrela que surgia na constelação de nossa música. De acordo com o grande Palmeira (Diogo Mulero), Leila "podia cantar sem mostrar seu corpo perfeito, pois não necessitava deste expediente", tal a qualidade de sua voz. O inesquecível Palmeira, da dupla Palmeira e Biá, tinha alma e talento de artista, sabendo onde estava o sucesso. 

Por suas mãos, Leila Silva entrou para o cenário profissional definitivamente, assinando um novo contrato com a "Chantecler". Neste selo, a estrela assinalou inúmeros e sucessivos sucessos como o pioneiro "Não Sabemos", "Não Diga a Ninguém" (Eu já fiz a sua trouxa), "Que Será de Ti", "Inteirinha", entre tantos outros, mas a consagração definitiva se deu em 1960, quando lançou "Perdão Para Dois". Por seus sucessos recebeu inúmeros prêmios (aproximadamente 140 troféus), entre os quais destacam-se: quatro "Roquete Pinto", cinco "Chico Viola", cinco "Discos de Ouro", um "Pinheiro de Prata" (Curitiba), um "Ritmo para a Juventude", três "A Tribuna" (Santos), dois "Gaúcho do Sul", dois "Imigrantes de Prata", cinco "Rádio Cultura" como melhor intérprete, oferecidos pelo saudoso Paulo Mansur e, mais recentemente, a "Clave". Deixando a “Chantecler” após tantas criações musicais vitoriosas, Leila Silva passou pela "RCA Victor", "Continental", "RGE", "Copacabana" e "Warner" (onde gravou seu primeiro CD), em cujos catálogos deixou várias gravações de êxito.

 Gravou com grandes maestros como os inesquecíveis Elcio Alvarez, Guerra Peixe e Luiz Arruda Paes. Por suas interpretações em canções de Palmeira, Haroldo José, Alfredo Corleto, Luiz Vieira, Cyro Aguiar, Denis Brean, Oswaldo Guilherme, Waldir Azevedo, Ataulfo Alves, Evaldo Gouveia e Chico Buarque de Hollanda (citando só alguns) e por ser dona de uma voz que personaliza qualquer gênero musical, seu talento ultrapassou as nossas fronteiras, com lançamentos na Itália, França, Japão, México, Argentina, Paraguai e Uruguai. 

O sucesso de gravação após gravação promoveu o seu nome e o interesse para apresentações nos quatro cantos do país, atuando também em programas de televisão, sendo contratada pela TV Record por três anos, com um programa só seu. Mais recentemente prestou uma homenagem aos saudosos João Nogueira e Moreira da Silva, no programa "Espaço Livre", da TV Santa Cecília e fez uma participação especial no "Programa da Saudade na TV", de Francisco Petrônio. 

À custa de excelente interpretação e voz expressiva, Leila Silva permanece no cenário artístico musical. Embora goste muito do gênero romântico e ter se projetado através da balada "Perdão Para Dois", Leila canta sambas como ninguém. Isto lhe valeu o título de "RAINHA DO SAMBA", oferecido pela Revista do Rádio. 

Os sambas "Juca do Brás", "Não Sabemos" e "Não Diga A Ninguém" tornaram-se seus prefixos musicais. Coroando seus mais de 40 anos de carreira, o selo Revivendo (que resgata a história musical brasileira) acaba de lançar uma compilação de suas gravações originais, o CD O Mais Puro Amor, incluindo os principais sucessos de Leila e também empolgantes gravações de músicas como "Chicletes Com Banana", "Flor Amorosa" e "Apesar de Você". 





CRONOGRAMA DA CARREIRA DE LEILA SILVA


Leila Silva foi levada à gravadora California pelo compositor campineiro Denis Brean, o mesmo que lhe sugeriu que mudasse seu nome para Leila Silva. Na California ela gravou um 78 rpm:


TC-1079  Resignação (Plinio Metropolo) / Mentira (Denis Brean-Osvaldo Guilherme) Novembro 1959.


5 January 1960 - nota da jornalista yankee Mary Wynne em sua coluna 'Mary go-round' no Estadão: num animado cocktail oferecido pelos Discos California, na African Boite, no dia 2 Janeiro 1960, foi lançado o 1o. disco da jovem cantora Leila Silva. 


CHANTECLER 


Logo em seguida, Leila foi 'descoberta' por Diogo Mulero, o Palmeira da famosa dupla Palmeira & Biá, diretor-artístico da Chantecler, que estava em alta. Leila teve que esperar passar o Carnaval de 1960 para gravar uma versão do próprio Palmeira de um tango alemão sobre o Lago Negro, que em tradução equivocada se tornou 'Mar Negro' (Am schwarzen Meer). O violinista romeno Georges Boulanger a transformara em sucesso mundial de 1938, em gravação da Parlophone. 


239 - Mar Negro (Am schwarzen Meer) Leo Rodi; v.: Palmeira / Irmã da saudade (Portinho-João Pacifico) - Mar.'60


278 - Tango triste (Osvaldo de Souza-Haroldo José) / Sargêta (J.Luna-Clodoaldo Brito) - Junho 1960


319 - Perdão para dois (Palmeira-Alfredo Corletto) / Ansiedade (Ansiedad) (J.E.Sarabia Rodrigues; v.: Palmeira) - Set. '60


362 - Não sabemos (Rubens Caruso) / O amor mais puro (Palmeira)  -  Novembro 1960


380 - Fica mais um pouco (Gentil Castro) - Leila Silva / Não é de nada (Palmeira) canta: José Henrique - Janeiro 1961


429 - Justiça de Deus (Normindo 'Nonô' Alves-Ruth Amaral) / Nossa união (Vicente Clair) - Abril '61


462 - Promessa (Promises) tango (W.White; v.: Teixeira Filho) / Libelo (fox de Cid Magalhães-Alfredo Ribeiro) - Junho '61


508 - Adeus amor (rock-balada de Haroldo José-Eufrasio Borelli) / Na solidão do meu quarto (bolero de Rubens Machado) - Setembro '61


517 - Quando a saudade apertar (samba de Ataide Julio-Osvaldo Aude) / Eu e você (samba de Joaquim Gustavo) - Outubro '61


557 - Vai dar no mesmo (bolero de Edmundo Arias-Teixeira Filho) / Mais uma vez, adeus (balada de G.Aurici-D.Langdon; v.: Teixeira Filho) - Janeiro 1962


612 - Meu amor pertence a outra (Ludwig van Beethoven; adaptação: Teixeira Filho) / O que é que eu faço? (Ribamar-Dolores Duran) - Junho '62


659 - Canção do fim (Make haste my love) (U.Minucci-R.Jaden; v.: Paulo Rogério) / Correio das estrêlas (Denis Brean-Osvaldo Guilherme) - Janeiro 1963


692 - Coração a coração (Archimedes Messina-B.Barrela) / Não diga a ninguém (José Messias) - Mar.'63


725 - Um mal em cada hora (samba de J.Santos) / Recorda (balada de Donida-Mogal; v.: Fred Jorge) - agosto 1963.


CONTINENTAL 


314 - Juca do Bráz (Haroldo José-Romeu Tonelo) / Joguei fora o bilhete (R.Tonelo-H.José) - 1964


336 - Nó de porco (Haroldo José-Romeu Tonelo) / Favela do Vergueiro (K.Ximbinho-Laércio Flores)




A carreira de Leila Silva na Chantecler foi mal aproveitada. Parece que tudo acontecia 'por acaso' na gravadora do galinho. Diogo Mulero, o popular Palmeira (de Palmeira & Biá), era o diretor artístico, correspondente ao A&R (Artist & Repertoire) das gravadoras yankees. O que Palmeira falava era ordem, sim senhor.


No início, em 1960, Leila teve sorte, pois gravou 'Mar Negro' (Am Schwarze Meer) um tango alemão vertido pelo próprio Palmeira, que chegou a tocar bem nas rádios de São Paulo, logo seguido por 'Tango triste', dessa vez um tango brasileiro, que tinha sido sucesso no ano anterior com Haroldo José, seu autor. 


O terceiro single de Leila foi 'Perdão para dois', uma balada-guarânia de Palmeira, que tocou muito em São Paulo, enquanto no Rio era a gravação de Cauby Peixoto pela RCA, que emplacava.


Palmeira se empolgou com o sucesso de 'Perdão para dois' e achou que já era hora de lançar um LP. O micro-sulco já estava quase pronto, faltando apenas uma faixa para completar 12 faixas, quando Palmeira perguntou se Leila tinha alguma musica inédita. Leila disse que em suas apresentações ao vivo, gostava de cantar um samba de um técnico-de-som de uma rádio de Santos chamado Rubens Caruso. Palmeira chamou Poly e pediu a ele que acompanhasse Leila nesse samba. Não precisou ouvir duas vezes. Palmeira produziu a gravação de 'Não sabemos', um samba com acompanhamento de violão de 7 cordas, flautas e pandeiro, como se fosse um choro, daí ser classificado como 'samba-choro' no selo do 78 rpm. 'Não sabemos' foi gravada em novembro de 1960. No Natal já estava em 1o. lugar absoluto em São Paulo, tendo conquistado o Brasil inteiro em janeiro de 1961.


O mais irônico de tudo é que, justamente agora que Leila era a 'Rainha da Chantecler', a coisa degringolou de maneira inexplicável. Palmeira não achou um 'follow-up' para 'Não sabemos', e assim desperdiçou um momento importante. Palmeira tentou sambas, mas eles não 'vingaram'. Daí ele achou que estava na hora de gravar outro LP, com um rock-balada na faixa principal. Apesar da capa ser magnífica, 'Quando canta Leila Silva' é uma decepção. 


1961 passou e Leila não emplacou mais nada... Ela se mantinha ocupada cantando seus 'hits' de 1960 em apresentações na TV Record e em excursões pelo interior do país. Na verdade, existe uma explicação, sim. A Chantecler, por ser uma gravadora ainda de médio porte, dependia muito da vontade dos disc jockeys de tocarem seus discos. Para isso a Chatecler oferecia 'parcerias' para DJs de várias rádios de São Paulo. Teixeira Filho era um deles, que trabalhava na Radio Nacional paulista. Paulo Rogério era outro DJ da Radio Nacional que 'emplacava' sucessos com cantores da Chantecler. Daí o nivel de qualidade não ser dos melhores.


Na metade de 1962, eis que Teixeira Filho, da Radio Nacional paulista resolve fazer parceria com Ludwig van Beethoven e Leila grava 'Meu amor pertence a outra', uma linda balada, que tocou bastante em São Paulo, tanto que Leila é premiada com um Chico Viola no final do ano, como um dos discos mais vendidos do ano.


Em março de 1963, Palmeira já tinha deixado a Chantecler para dirigir a Continental, quando a Chantecler lança 'Novamente Leila', sem dúvida o melhor album de sua carreira. Esse micro-sulco gera pelo menos três sucessos.


'O que é que eu faço?', um samba póstumo de Dolores Duran musicado por Ribamar post-mortem, leva Leila ao topo da parada de sucesso no Rio de Janeiro. Logo em seguida, Leila aparece nas paradas cariocas novamente com 'Correio das estrêlas', samba de Denis Brean, seu antigo benfeitor e seu parceiro Osvaldo Guilherme.


Depois do Carnaval de 1963, Leila consegue mais um tento com 'Não diga a ninguém' (Eu já fiz a sua trouxa, só falta o que foi p'ra lavadeira...) um samba de José Messias, um DJ carioca. Essa ultima toca bem em São Paulo também. 


Em 1964, Leila Silva sai da Chantecler e muda-se para a Continental, onde Palmeira já era o manda-chuva. A mudança dá sorte, pois seu primeiro 78 rpm para a etiqueta dos sininhos vai direto para o 1o. lugar nas paradas de sucesso; 'Juca do Bráz', (fizeram um mal-feito bem feito p'ro Juca do Bráz perder o seu amor, o Juca caiu na arapuca, desapareceu chorando de dor...' um samba-chôro de Haroldo José (o cantor-guarda-civil que estourara em 1959, com 'Tango triste') e Romeu Tonelo, tendo um acompanhamento que lembrava muito 'Não sabemos'. 'Juca do Bráz' torna-se o segundo maior sucesso de Leila e toca em todo o Brasil. Melodia bonita, letra fácil, caiu no gosto popular de imediato e tornou-se um clássico da MPB. Quem não se lembra do Juca do Bráz ou do Juca da Moóca? Se não for o mesmo, tem Juca demais! 


O sucesso de 'Juca do Bráz' em pleno 1964, provava que havia mercado para o choro ou samba-choro no Brasil, mas ninguém continuou nessa linha e tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes... e Leila, mais uma vez, não conseguiu emplacar um 'follow-up' a um grande sucesso. Na verdade, poderíamos dizer que esse foi o 'canto de cisne' de Leila Silva em relação a paradas-de-sucesso. Leila continuou a gravar; mudou-se para a RCA Victor, mas nunca lá gravou algo que merecesse destaque. A RCA Victor era conhecida como o 'túmulo do artista'. Todos que alí se mudavam, eram agraciados com muito dinheiro de 'luvas', mas, na maioria das vêzes, não conseguiam sucesso algum, e com Leila não foi diferente.





   

Fonte de Pesquisa

BLOG BRAZILIAN POP 30-40-50

MANAUS SORRISO

SITE SAMBA CHORO



































PARA CORRIGIR, ACRESCENTAR, EXCLUIR ou CRIAR UMA PUBLICAÇÃO... FALE CONSOCO...




PARA VER OUTRAS IMAGENS E OUTROS DETALHES SOBRE ESTE LOCAL
CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO E ACESSE TODOS NOSSOS LOCAIS


VC TAMBÉM PODE ENTRAR NA SUA REDE SOCIAL E FAZER UMA BUSCA APENAS DIGITANDO...
MINHA MANAUS HISTÓRIAS



© 𝖬𝖨𝖭𝖧𝖠 𝖬𝖠𝖭𝖠𝖴𝖲 𝖧𝖨𝖲𝖳𝖮́𝖱𝖨𝖠𝖲


#minhamanaushistorias #manausnocoracao #manaus #amazonas #minhamanaushistorias #historiasdemanaus #Manaus #Amazonas #Historia #Viral #Turismo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VISITE-NOS