terça-feira, 21 de março de 2023

Vila Municipa - Rua Paraíba

 No início da década de 1960, e até meados dos anos 70 do século passado, o antigo bairro da Vila Municipal, hoje Adrianópolis, era uma zona tranquila, com pouco trânsito de veículos e pedestres, ruas arborizadas, e charmosos bangalôs localizados em meio a terrenos cercados de jardins, pomares e quintais; sendo muitos deles antigas chácaras urbanas remanescentes dos primórdios da ocupação do bairro, no início do século XX.



Vila Municipal - Rua Paraíba em 1960 


É exatamente essa aparência bucólica que se revela na imagem exibida nesta postagem, que mostra o início da antiga Rua Paraíba (atualmente denominada Avenida Umberto Calderaro Filho), na subida da ladeira entre as ruas São Luís e Teresina. De um e de outro da via, vemos detalhes de algumas das residências daquele quarteirão, onde habitavam algumas das famílias mais tradicionais da cidade. À esquerda, muito moderna para os padrões da época, a casa do ex-senador e empresário João Braga Júnior, fundador do conhecido magazine “Lojas Populares”, à Avenida Eduardo Ribeiro; e da concessionária “Braga Veículos”, ambos empreendimentos de sucesso e que marcaram a história da cidade. Ao lado dela, nota-se o telhado de outra casa baixa, de aspecto mais tradicional, na qual habitava a família Pinto Cardoso, donos da Editora e Tipografia Fênix, à Rua Joaquim Sarmento. E, mais adiante, vislumbra-se de relance o muro do tradicional Instituto Batista Ida Nelson, escola secundária fundada em 1942, por missionários evangélicos norte-americanos. As três construções ainda remanescem até os dias atuais, geridas pelos descendentes ou sucessores dos antigos proprietários, com ligeiras modificações em sua arquitetura e na altura de seus respectivos muros.

Atravessando a rua, do outro lado, nota-se um terreno fechado por um gradil de ferro., no mesmo local onde atualmente ergue-se o Hospital ‘Check Up’, da rede particular de saúde. Originário de uma grande chácara urbana, encontrava-se nessa época já dividido em duas propriedades, pertencentes a um mesmo clã: o primeiro, mais embaixo, pertencia ao casal Enéas e Graziella Cabral, tendo depois passado aos seus muitos descendentes. No outro imóvel, mais acima da rua, residia o casal Marcolina (Cabral, de solteira, filha do sr. Enéas) e Francisco Xavier de Albuquerque, sendo ele irmão do empresário Nathan Xavier de Albuquerque – fundador da empresa “Moto Importadora” – e um eminente professor de Direito Penal das Universidades do Amazonas e de Brasília, que, dentre outros méritos, tem a primazia de ter sido o primeiro amazonense (e único, até o momento) a ascender ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, em 1972. Ambas as propriedades, imersas em meio à frondosa vegetação, eram muito vastas (como são todas situadas no lado direito da rua) e estendiam-se em declive até o profundo “covão” que faz limites com o bairro de São Francisco. Uma topografia acidentada que, aliás, em nada mudou, como podem conferir aqueles que já se utilizaram do estacionamento atrás do atual hospital.

A imagem mostra a via recém asfaltada, dentro de um programa conjunto de pavimentação – a asfalto e a concreto - que contemplou diversas outras vias importantes da capital amazonense ao tempo da gestão municipal de Gilberto Mestrinho (1956-1958). Atualmente, a antiga Rua Paraíba é um corredor viário dos mais importantes, pois conecta a velha região central de comércio às zonas norte e leste da capital, sendo atravessada todos os dias por milhares de veículos de passeio, ônibus, caminhões e motocicletas, num ritmo frenético e incessante até altas horas. Ao longo de toda sua extensão, de 4 quilômetros e meio, coexistem ao lado de uma ou outra residência remanescente dos velhos tempos da “Vila” os mais diversos estabelecimentos comerciais e de serviços: um hotel de categoria superior, um grande shopping center, um hipermercado, escolas, lojas de variedades, postos de gasolina, drogarias, padarias, salões de beleza, etc; além de quatro ou cinco grandes condomínios residenciais de classe média e média alta. Um retrato, perfeito e acabado, da metrópole pulsante e progressista que é Manaus, com suas belezas e contrastes.
 


   

Fonte de Pesquisa

Manaus Sorriso

 Foto: “Manaus – Ruas, Fachadas e Varandas” (1985), de Moacir Andrade





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