quarta-feira, 8 de março de 2023

Roberto Burle Marx em Manaus



Manaus prestou poucas homenagens ao grande artista e arquiteto paisagista Roberto Burle Marx, por seu trabalho de valorização da flora amazônica. Muitas das espécies coletadas pelo paisagista no Brasil, onde 21 espécies levam o seu nome e centenas de outras podem ser vistas em seu sítio, no Rio de Janeiro, um verdadeiro paraíso.


Burle Marx faleceu em 1994, foi pintor, escultor, tocava piano e falava sete línguas, elaborou mais de dois mil projetos paisagísticos espalhados pelo mundo. Entre os projetos está o paisagismo e a decoração do antigo Hotel Amazonas, hoje condomínio Ajuricaba ou 'cortiço Ajuricaba', em Manaus.


Fonte da imagem: Blog do Coronel


Sempre me pergunto, quantas praças e parques Burle Marx teria projetado em Manaus, se o seu reconhecimento fosse realmente feito na cidade? O Jornal do Commercio publicou uma nota, em 22 de agosto de 1971 (foto acima), quando o paisagista esteve na Academia Amazonense de Letras AAL, falando sobre a influência do paisagismo na humanização das cidades, no qual Roberto Burle Marx empolgou a todos no auditório, abordando sobre a importância do paisagismo em relação à região amazônica. Na oportunidade o presidente da AAL, o então acadêmico Djalma Batista reafirmou a importância do paisagista e disse que este é um grande momento para instituição sobre a conferência de Burle Marx.


𝚂𝚎𝚛𝚊́ 𝚚𝚞𝚎 𝙱𝚞𝚛𝚕𝚎 𝙼𝚊𝚛𝚡 𝚗𝚊̃𝚘 𝚝𝚎𝚛𝚒𝚊 𝚏𝚎𝚒𝚝𝚘 𝚞𝚖 𝚙𝚛𝚘𝚓𝚎𝚝𝚘 𝚍𝚎 𝚙𝚛𝚊𝚌̧𝚊 𝚘𝚞 𝚙𝚊𝚛𝚚𝚞𝚎 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝙼𝚊𝚗𝚊𝚞𝚜? 𝙰𝚌𝚛𝚎𝚍𝚒𝚝𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚜𝚒𝚖, 𝚞𝚖 𝚛𝚊𝚋𝚒𝚜𝚌𝚘 𝚝𝚊𝚕𝚟𝚎𝚣, 𝚟𝚒𝚜𝚝𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚜𝚞𝚊 𝚙𝚊𝚜𝚜𝚊𝚐𝚎𝚖 𝚏𝚘𝚒 𝚚𝚞𝚊𝚜𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚜𝚝𝚊𝚗𝚝𝚎 𝚙𝚘𝚛 𝚎𝚜𝚜𝚊 𝚛𝚎𝚐𝚒𝚊̃𝚘.


No dia 04 de agosto é comemorado o aniversário desse que eu considero um dos artistas mais completo, Roberto Burle Marx, músico, escritor, pintor, paisagista e arquiteto. Assim como Severiano Porto, Burle Marx também projetou no cenário brasileiro, importantes obras que valorizassem a brasilidade através da diversidade da nossa flora, principalmente a flora amazônica.


Burle Marx e o botânico Paul Hutchinson na Amazônia.

Foto da coleta: José Tabacow - fonte. Vitruvius


Burle Marx esteve na Amazônia em 1983, para uma expedição de coleta de espécies da flora regional, que servem até hoje de pesquisa em seu sítio, tombado como Patrimônio Cultural em 2000, na Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. O espaço era sua antiga residência, comprada junto com o irmão Guilherme Siegfried Marx, para onde transportou sua coleção de plantas, iniciada ainda na infância.


Antes da “Expedição RBM para Amazônia”, na década de 80, Severiano Porto desenvolveu junto com o escritório de Burle Marx, o projeto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em 1970, onde o atual diretor do escritório Burle Marx, amigo e parceiro por mais de 30 anos, Haruyoshi Ono esteve com Severiano, para junto com Burle Marx, traçarem o plano de desenvolvimento da sede do INPA, promovendo assim uma total integração da mata com as edificações projetadas por Severiano Porto e Mário Emílio.


Vista aérea do antigo Hotel Amazonas.

Fotogametria: Acervo Otoni Mesquita.


Além desta importante parceira para a obra o INPA, Burle Marx desenvolveu na década de 50, o paisagismo dos jardins externos e da cobertura verde do antigo Hotel Amazonas, no Centro Histórico de Manaus, para o hotel também foram projetadas dezenas de gravuras que serviram de ambientação para as 38 suítes, do que foi considerado um dos mais elegantes hotéis do Brasil.



Um dos quartos do hotel, decorado com uma pintura de Burle Marx.



QUEM FOI BURLE MARX ???




Era o quarto filho de Cecília Burle, membro da tradicional família pernambucana de ascendência francesa Burle Dubeux, e de Wilhelm Marx, judeu alemão nascido em Estugarda e criado em Tréveris. O casal, que residia no bairro da Boa Vista no Recife, mudou-se para São Paulo quando Cecília estava grávida, tendo Roberto nascido na capital paulista aos quatro dias do mês de agosto de 1909.


A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Roberto a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim.


Ida para o Rio de Janeiro


Quando os negócios começaram a ir mal em São Paulo, seu pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família viveu um tempo em casa de familiares e, quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começou a ter resultados positivos, finalmente se mudaram para um casarão no Leme. Nesse casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começou a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.


Período na Alemanha


Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.


As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.


Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa, Milton Roberto, entre outros.


O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde).[4] Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luís Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade), ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico do Recife.


Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.


A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.




   

Fonte de Pesquisa

Acervo Otoni Mesquita

acervo do Congresso Nacional

José Tabacow

Vitruvius

Blog do Coronel

https://archcultura.blogspot.com/




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