Um incêndio destruiu cinco lojas do centro de Manaus em apenas duas horas na tarde desta segunda-feira, 19.04.2010. O trânsito nas Avenidas Sete de Setembro, Getulio Vargas e Eduardo Ribeiro foi interditado. Os funcionários evacuaram a área. De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, Antônio Dias, o fogo começou em uma loja de calçados situada na Avenida Sete de Setembro e se espalhou rapidamente para outros estabelecimentos. “O material era de alta combustão e produziu bastante fumaça, além de as lojas serem em construções muito antigas e começarem a desabar internamente”, disse. As chamas chegaram a ter mais de 10 metros de altura e a fumaça podia ser vista a mais de 20 quilômetros do local do incêndio. “Como aquela região é repleta de lojas de roupas e calçados, o fogo foi se propagando muito rápido”, disse o comandante.
Os bombeiros tiveram de resfriar as paredes de prédios vizinhos para evitar que eles também fossem atingidos pelo incêndio. Os prédios tiveram de ser esvaziados.
Nesta região, a maior parte dos estabelecimentos comerciais vende produtos eletroeletrônicos e roupas, reminiscentes do tempo em que Manaus era conhecida pela venda de produtos importados com as facilidades fiscais da Zona Franca.
O prédio incendiado é um dos mais antigos do centro de Manaus com mais de 80 anos de construção, pertencente ao casario tombado da capital amazonense e tinha a fachada de 1906 preservada. Mas como o fogo, há um grande risco da fachada também ruir. A Defesa Civil isolou a área e os bombeiros só chegam próximo alguns metros das portas das lojas.
CONHEÇA A HISTÓRIA DO PRÉDIO
O prédio onde o restaurante funcionava tinha dois andares e era de propriedade do então italiano Antônio Borsa, que havia anunciado em 1907 uma reforma no antigo Grande Hotel.
Em 1912, aconteceu um leilão dos móveis e utensílios do Grande Hotel, porém, dois anos depois, uma nova reforma foi aconteceu e o hotel voltou a funcionar. Com a capacidade ampliada para, aproximadamente, cem apartamentos. Três décadas depois, em 1943, o então proprietário do hotel, Ramon Telles, vendeu-o para Craveiro Frota, que o reinaugurou em 10 de outubro daquele ano.
Durante a primeira metade do século XX, o Grande Hotel configurou-se como um dos principais hotéis de Manaus, mas perdeu essa condição com o surgimento do Hotel Amazonas, em 1951. Mesmo assim, continuaria funcionando até os primeiros anos da década de 1970, quando foi vendido.
Com o fim do nosso monopólio de produção do látex (o ouro branco do fausto e da opulência), a cidade de Manaus mergulhou nos caos, ficando o prédio, consequentemente, abandonado durante muitos anos.
Com o advento da Zona Franca de Manaus, o imóvel voltou a ser valorizado, construíram diversos boxes, onde funcionavam lojas de vendas de produtos importados. Com a abertura do mercado brasileiro ao exterior, o comércio manauara sofre um tremendo baque, forçando os empresários a um fechamento em massa das lojas importadoras – a utilização do prédio também sofreu com essas turbulências do mercado.
Segundo a assessoria da polícia militar, uma policial se feriu sem gravidade durante o desabamento externo de uma das lojas. Não houve vítimas. Cem policiais militares, 70 bombeiros e três carros-pipa foram usados.
Segundo o coronel Antônio Dias, ainda é cedo para apontar as causas do acidente. “O pessoal do Instituto de Criminalística tem 30 dias para fazer a perícia no local. Estamos trabalhando para deixar a área pronta para eles o mais rápido possível, mas ainda é prematuro apontar uma causa”, disse.
Ainda não há informações sobre o volume do prejuízo causado pelo fogo. Por conta do incidente, trechos da Avenida Sete de Setembro continuaram interditados por alguns dias. A fachada do prédio atingido está repleta de rachaduras e há risco de desabamento no local. No dia 20 de abril técnicos do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil voltaram à área para analisar o local e verificar se há possibilidade de liberação. Os prédios vizinhos ao acidente forma liberados em algumas horas.
“Esta área sempre foi usada com fins comerciais. Mesmo no tempo áureo da borracha, a Avenida Sete de Setembro já era muito movimentada. Por isso os prédios são usados até hoje como lojas. Será uma perda considerável para o patrimônio histórico de Manaus caso o prédio seja realmente condenado e desabe”, disse o historiador Pontes Filho. Veja abaixo um vídeo preparado pela Globo News:
Atualmente, o prédio está ocupado por uma loja de departamentos.
Fonte de Pesquisa
SITE SEGURANÇA EM RISCO
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