quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

CINE POP (POPULAR)



 Era uma modesta casa de espetáculos, o típico “cinema de bairro”, localizado na esquina das ruas Silva Ramos e Barcelos, em pleno “miolo” da região central outrora conhecida como “Alto de Nazareth” – ou seja, o perímetro compreendido entre as ruas Tarumã (sul), Silva Ramos (oeste), ‘Boulevard Amazonas’, atual Álvaro Maia (norte); e Rua Major Gabriel (leste). 


Foi inaugurado em 13 de novembro de 1926, com a ‘avant première’ do filme “O Prêmio da Vitória”, da Paramount, ao preço módico de Rs 1$100 (mil e cem réis), a metade do valor cobrado nas salas do centro da cidade. 


A abertura do Popular foi uma iniciativa da prestigiada empresa Fontenelle & Cia - mesma proprietária dos cines Polytheama e Odeon - como uma forma de popularizar mais ainda o mercado exibidor de Manaus, fora do circuito mais tradicional e elitizado dos cinemas do perímetro central. Para isso, adquiriu o imóvel de esquina, construído em 1909, que antes havia sediado uma loja, para nele improvisar uma pequena sala exibidora, modesta, de 500 lugares – que não eram assentos individuais, mas sim bancos inteiriços de madeira, sem maior conforto, tal como o das igrejas - que pudesse atrair o público familiar e juvenil das adjacências com filmes de caráter mais... popular (com o perdão do trocadilho), tais como seriados e “filmes de bang-bang”.


O Cine Popular, o “poeira” do Alto de Nazareth, como era conhecido pela população, foi pioneiro em seu gênero, antecipando uma “febre” de abertura de cinemas de bairro por todo o país, nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XX. 


Em Manaus possuímos vários do tipo: Ypiranga (Cachoeirinha), Vitória (Educandos), Ideal (São Raimundo) e Palace (Boulevard Amazonas); alguns de maior êxito, outros nem tanto. É sempre bom lembrar que, nessa época, o cinema – propulsionado pelo dinâmico mercado norte-americano, produzido em Hollywood, na Califórnia - experimentava o seu auge, no mundo inteiro, e gerava imensa atração de público e lucros fabulosos aos empresários do ramo. 


Com o advento da televisão e das novas diversões surgidas com o crescimento da cidade, em fins dos anos 60 e início dos 70, o Popular, já bastante decadente, e tal como todos os outros cinemas da Manaus antiga, cerrou suas portas em 1972, reabrindo em 1977, após uma pequena reforma, com a denominação alterada para “Cine Pop”, o qual perdurou, “aos trancos e barrancos”, até o início da década de 80, quando encerrou de vez sua trajetória, vencido pelas salas mais modernas e equipadas da segunda geração dos cinemas de rua de Manaus, tais como o Chaplin, o Cinema 2 e o Cinema Novo. 


Ainda em 1980, no dia 23 de agosto, quando no prédio funcionava um depósito, o "pop" incendiou (há quem fale que foi um incêndio criminoso).


O prédio do Cine Popular, todavia, ainda subsiste praticamente intacto, tendo abrigado diversos estabelecimentos comerciais desde então, inclusive uma movimentada casa noturna (a ‘boite’ Enigma), durante a década de 1990. 

Hoje (2022) no local, funciona uma churrascaria.


   

Fonte de Pesquisa

Pesquisador Ed Lincon | no Blog do Coronel Roberto



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