quarta-feira, 17 de novembro de 2021

VILA GEORGETTE


 Vila Georgette. FOTO: Roberto Mendonça.


A Vila Georgette é uma vila de casas do início do século XX localizada na rua Lauro Cavalcante, no Centro de Manaus. 

É uma das construções mais tradicionais da cidade, chamando a atenção de quem passa por aquela parte do Centro Histórico. 


Quando foi construída? 




A referência mais antiga foi encontrada em uma edição de 1905 do Jornal do Commercio, em uma nota em que moradores da Avenida Silvério Nery (Joaquim Nabuco), com casas que davam para o fundo da vila, reclamavam sobre o lixo que era jogado naquelas imediações (JORNAL DO COMMERCIO, 07/09/1905, p. 01). Outras referências são encontradas em queixas dos moradores da vila, como a publicada em 17 de agosto de 1908 no Jornal do Commercio, em que eles denunciavam que a iluminação do beco que dava acesso às casas, todas as noites, por volta das 22:00 horas, deixava de funcionar, tornando o trânsito no local bastante perigoso (JORNAL DO COMMERCIO, 17/08/1908, p. 02). 

Nesse período (1900) seu endereço era a rua Henrique Martins. Esse trecho foi renomeado como Lauro Cavalcante apenas em 1917, em homenagem ao médico Lauro E. Cavalcante, falecido naquele ano. De acordo com o historiador Mário Ypiranga Monteiro, ela foi construída pelo comerciante português Isaías Bento Luiz, fundador da Central de Ferragens. Teve como último herdeiro Isaías Soares Bento (GUERREIRO, 2019, p. 75). 

Era bastante comum, em todo o Brasil, que comerciantes construíssem vilas para aluguel, de forma a incrementar a renda familiar. Eles supriam as demandas por habitação surgidas com o crescimento das cidades entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Sua arquitetura é tipicamente portuguesa, em estilo eclético, sem maior rebuscamento arquitetônico. 




Analisando as publicações de jornais de época, percebe-se que os moradores da Vila Georgette pertenciam a diferentes classes sociais: eram operários, militares, funcionários públicos e pequenos comerciantes. Mário Ypiranga registra ainda que no porão da última casa funcionava o jornal Vanguarda, de Jacy Zany, onde iniciou sua carreira jornalística em 1927 (GUERREIRO, 2019, p. 75). 

Em 08 de agosto de 2012 um incêndio destruiu sete casas da vila (STRAHM; PEREIRA, 2012). Ela era formada por 16 casas, reduzidas a 09 após o incêndio.


CLIQUE NAS FOTOS ABAIXO E SAIBA MAIS SOBRE O INCÊNDIO



Já as graciosas vilas ainda perduram em quase todas as velhas ruas de Manaus, sendo as mais conhecidas e tradicionais, além da Vila Georgette, as vilas Ercília e Carmen – uma em frente à outra, na Joaquim Nabuco; a Vila Baependi (antiga Vila Itália), na 24 de Maio; a Vila Fátima, na Saldanha Marinho; a Vila Tuma, na José Paranaguá; a Vila Ninita, na Sete de Setembro (atualmente incorporada ao Palácio Rio Negro); a Vila Rezende, na Alexandre Amorim (Aparecida); e a extinta Vila Pedrosa, também na Avenida Joaquim Nabuco, convertida na atual Travessa Rotary desde que foi  emendada com a Avenida Getúlio Vargas, nos anos 70. Dentre outras tantas vilas, maiores e menores.


  

Fonte de Pesquisa: 

Registros antigos da Vila Georgette. | MELLO, Thiago de. Manaus, amor e memória, 1983, p. 108-109.

Blog Historia Inteligente | historiante.blogspot

Manaus Sorriso

Fotos do incêndio | Jorna A Crítica

 


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