quinta-feira, 14 de outubro de 2021

QUILOMBO DE SÃO BENEDITO

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Comunidade descendente de escravos é o segundo quilombo urbano do Brasil e Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas.


A certificação do Barranco de São Benedito como o segundo quilombo urbano do Brasil completou sete anos em 2021, mas a história de luta e resistência dos moradores – descendentes de escravos do Maranhão –, que vivem na comunidade localizada na Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus, já é centenária. Moradores dizem ter “muito orgulho” de viver no local. Estudioso aponta a importância da contribuição negra na formação étnica da capital amazonense, que completa 352 anos em outubro.


Segundo moradores, a comunidade ganhou visibilidade após o reconhecimento como quilombo urbano.


“São 127 anos, são 25 famílias. Aqui nós construímos uma bonita história de resistência, de luta e de manutenção das nossas tradições", disse uma das moradoras.


"Devido às nossas tradições, como os festejos de São Benedito e a nossa culinária, fomos certificados em 2014 como um quilombo pela Fundação Cultural Palmares. Desde lá, várias mudanças ocorreram na comunidade e hoje nós somos bem mais visíveis”.


Outro marco na história da comunidade do Quilombo de São Benedito foi o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas, título recebido em 2015, pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).


Orgulho e superação


O título é motivo de orgulho para a comunidade.


“É um reconhecimento da sociedade. Foi algo muito gratificante para todos nós, que somos afrodescendentes. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa comunidade, tanto que eu brinquei com o meu irmão e falei que agora mesmo que eu não me mudo daqui, porque agora é Patrimônio Cultural”, contou uma moradora da comunidade.


Uma das moradoras mais antigas do quilombo, Deusdeth Fonseca Lima, de 88 anos, conta que apesar das dificuldades da vida, o orgulho por ser negra prevalece, por ter uma história de superação.


“A coisa boa é lembrar da minha infância, que embora pobre, fui muito feliz de ouvir meus pais contarem como se conheceram e chegaram aqui em Manaus, ambos são do Maranhão e filhos de escravos”, contou a moradora.

Festejo de São Benedito em 1986 — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal


Deusdeth é conhecida por toda a comunidade. Ela é, carinhosamente, chamada de Tia Deca. “A Praça 14 é minha casa. Foi aqui que eu nasci, passei minha infância e adolescência e hoje passo minha terceira idade. Ser negra é um orgulho principalmente devido à história de geração em geração, que foi uma superação”, afirmou.


Quilombo do São Benedito está localizado na Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul de Manaus — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal


Importância social


De acordo com o filósofo Vinícius Alves, que desenvolveu uma pesquisa de mestrado sobre o quilombo, é preciso destacar a importância cultural que a comunidade possui para a história do Amazonas.


“Na comunidade da Praça 14 de Janeiro em Manaus, residem descendentes de negros do Estado do Maranhão, que se encontram estabelecidos num território cuja forma de vida cabe ser abordada, seja na resistência da manutenção de suas terras, ou no processo de luta pelo reconhecimento social”, explicou o filósofo.


Para ele, a história do quilombo existente em Manaus deve ser evidenciada.


“No caso específico da Amazônia, convém desconstruir a teoria da invisibilidade dos negros na região. É urgente preencher uma lacuna histórica no Estado do Amazonas, evidenciando a existência das comunidades remanescentes de quilombo, como a do Barranco de São Benedito, em Manaus”, afirmou Alves.

Dolores Gonçalves conhecida como "Tia Lindoca" foi a fundadora da Escola de Samba Vitória Régia (Praça 14). — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal


Festa de São Benedito é uma tradição na comunidade passada ao longo de gerações. — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Sede da comunidade do Quilombo de São Benedito, ondem ficam as placas de reconhecimento como "Segundo Quilombo Urbano do Brasil" e "Patrimônio Cultural Imaterial do AM". — Foto: Ariane Alcântara/G1 AM


Comunidade de São Benedito foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares como "Segundo Quilombo Urbano do Brasil". — Foto: Ariane Alcântara/G1 AM


Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) concedeu à comunidade o título de "Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas". — Foto: Ariane Alcântara/G1 AM


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Fonte de Pesquisa: Ariane Alcântara, do G1 AM

 


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