Este navio ficou famoso Brasil afora, em decorrência da publicação em 1930, do livro “A Selva”, do grande romancista português Ferreira de Castro (1898-1974). Foi o navio que o levou de Belém do Pará para Manaus e, depois para o Seringal Paraíso, em Humaitá, nos idos de 1911, onde passou quatro anos na semi-escravidão, porém serviu de base para escrever o seu famoso romance.
É um navio muito antigo, data de 1890, funcionava a vapor, com o casco em ferro e proa direita, pesando em torno de 10 toneladas; imaginem como era o barco no início do século passado: era todo iluminado, reservado o primeiro passadiço para os comerciantes e passageiros da 1ª. Classe, ficando os camarotes ao centro; existia uma grande mesa, ao meio, onde eram servidas as refeições dos “barões dos seringais”, funcionários do Estado e os ricos bolivianos.
(BAZE, Abrahim. Ferreira de Castro – um imigrante português na Amazônia. Manaus: Editora Valer, 2005.).
• Conseguiu chegar ao século XXI, graças à intervenção da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas – estava num estado deplorável, foi todo recuperado e serviu como cenário para o filme “A Selva”, rodado no Tarumã-mirim, nos arredores de Manaus – a sinopse do filme é a seguinte: Alberto (Diogo Morgado) é um jovem da monarquia portuguesa que, em 1912, está exilado em Belém. Com ajuda do tio, é contratado para trabalhar no seringal de Juca Tristão (Cláudio Marzo), na selva Amazônica. Alberto é colocado no armazém do seringal, onde convive com Juca Tristão, Velasco (Karra Elejalde) e Caetano (Roberto Bonfim) – os capatazes do patrão -, Guerreiro (Gracindo Júnior) – o gerente -, e sua bela mulher, Dona Yayá (Maitê Proença). Em pouco tempo, Alberto apaixona-se por Dona Yayá, envolvendo-se em um romance inesperado.
• Depois das filmagens, a SEC/AM mandou fazer uma sala de jantar/bar no deck superior, montou um cenário e o navio passou a fazer carreira entre o centro da cidade de Manaus até o Seringal Vila Paraíso (Igarapé São João – Afluente do Igarapé do Tarumã Mirim (Zona Rural), este local foi transformado em Eco Museu e Museu do Seringueiro (onde fica guardada toda a documentação de “A Selva”).
• O navio ficou ainda mais famoso quando rumou para Iquitos, na Colômbia, para entrar num filme sobre Che Guevara.
Passado todo o glamour, o navio Justo Chermont, se encontra na “Manaus Moderna!” atrás do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, sem uso.
DADOS TÉCNICOS
Nome: JUSTO CHERMONT
Tipo: Navio mercante misto (passageiros/carga) a vapor
Nº IMO: N/A
Porte Bruto: N/A
Arqueação Bruta: 904
Arqueação Líquida: 391
Construção: 1900 - Laird Brothers Ltd., Birkenhead, Reino Unido
Casco: 643
Armador: The Amazon River Steam Navigation Co., Belém, PA, Brasil
Porto de Registro: Belém
Prefixo: N/A
Comprimento: 70,10 m
Boca: 10,80 m
Pontal: 3,59 m
Calado: N/A
Motorização: Duas máquinas alternativas a vapor de tripla expansão; 3 cilindros (15; 23; 38 x 24”); Laird Brothers Ltd., Birkenhead, Reino Unido
Potência: 141 nHP (Potência Nominal)
Hélice(s): 2
Velocidade: N/A
Consumo: N/A
Combustível: N/A
Tripulantes: N/A
Passageiros: N/A
Derrota: N/A
Porões: N/A
Carga: N/A
História do Navio
Em 1900 a sua quilha foi batida. Em 25 de agosto de 1900 foi lançado para a The Amazon River Steam Navigation Co., Belém, sendo batizado como JUSTO CHERMONT. Em setembro de 1900 a sua construção foi concluída. Entre 1900 e 1920 foi vendido, sendo renomeado como CANANEA. Em 1920 foi vendido para a Moscos & Trofimov, Grécia, sendo renomeado como SYROS. Em 1922 foi vendido para a J. F. Humarau & Co., Marselha, sendo renomeado como LENS. Em 1931 foi sucateado.
GALERIA DE FOTOS
CLIQUE NAS IMAGENS PARA ABRIR UM ÁLBUM E AS VEJA NO TAMANHO ORIGINAL
POR DENTRO
HOJE
Fonte de Pesquisa:
Histarmar.com.ar
Por Jose Rocha | BLOG DO ROCHA
Vídeo | A Crítica
NOSSO E-MAIL
minhamanaushistorias@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário