terça-feira, 12 de outubro de 2021

MANDY´S BAR e a BANDA DO MANDY´S

O Mandy´s Bar funcionou no térreo do Hotel Amazonas, propriedade da família Vasques, e fechou as portas em 1999.


Recém instalado nas dependências térreas do antigo Hotel Amazonas, o Mandy´s inaugurou em 7 de abril de 1951.




Segundo o jazzista e apresentador Humberto Amorim “O Mandy´s Bar era o melhor bar-noite da cidade”. 


O bar era frequentado pela elite de Manaus, antigamente o “point” era o Mandy´s Bar, em decorrência de estar localizado no mesmo prédio do mais sofisticado e famoso hotel de Manaus de outrora.


O nome era uma homenagem ao peixe mandi, muito comum nos rios da Amazônia, já que Adalberto Valle era um eterno apaixonado pela cultura regional, mas alguém resolveu sofisticar a grafia.


Em anúncio publicado em fevereiro de 1952, o Hotel Amazonas informava que a boate do Mandy’s Bar já estava funcionando diariamente e que aos domingos seria oferecido um Sorvete Dançante para a juventude (precursor da “Papinha”, do Ideal Clube, e do “Mingau”, do Cheik Clube nos anos 60).


O Hotel Amazonas voltou a surfar uma nova onda de prosperidade e o Mandy’s Bar logo se converteu de novo em hot point dos descolados locais.


Em 1982, dois anos depois de o carnaval de rua de Manaus ter se transferido da avenida Eduardo Ribeiro para a avenida João Alfredo (atual Djalma Batista), os frequentadores do Mandy’s Bar resolveram criar uma banda carnavalesca para desfilar pelo centro velho da cidade no sábado gordo.


O médico e artista plástico Ademar Brito sugeriu as cores verde e branca para simbolizar a floresta amazônica.


A banda iria ter uma pequena orquestra de sopros composta por músicos da banda da Polícia Militar especializados em velhas marchinhas de carnavais.


O cortejo sairia do Hotel Amazonas, subiria a Eduardo Ribeiro, pegaria a Saldanha Marinho a direita, depois a Rua Barroso, também a direita, a Sete de Setembro novamente a direita, e de novo a Eduardo Ribeiro, dessa vez a esquerda, retornando ao Hotel Amazonas.


Ficou combinado, também, que seria coroado um rei e uma rainha da banda, a ser escolhido no dia do desfile.


O horário do início do desfile seria às 17h.




No primeiro ano do desfile, cerca de 800 pessoas participaram da fuzarca, a maioria formada por nomes conhecidos do jet set local, incluindo empresários, colunistas, advogados, socialites, jornalistas, modelos e profissionais liberais.


Entre os foliões de primeira hora estavam Arlene Santos (escolhida 1ª rainha da banda), Marina Nunes, Charuff Nasser, Suely Moss, Leila Mattos, Cibele Johnson, Arlélia Gusmão, Lauro Rocha, Murilo Rayol, Deocleciano Souza, Wilson Brígido, Ricardo Pio, Humberto Amorim, Renato Simões, William Abrahim, Adalberto Bonfim, Manoel Dutra, Alberto Simonetti, Carlos Aguiar, Pedrinho Aguiar, Angélica Vieira, Regina Monjardin, Anete Brito, Letícia Barbosa, Amélia Loureiro, Ana Rita Antony, Dilson Pontes, Dirmenia Paracat, Sandra Salignac, Valdenyra Thomé, Ines Benzecry, Helena Moura, Theomario e Dulce Costa, Elaine Ramos, Hermengarda Junqueira, Tanamara Verçosa, Mazé Oliveira, Benedito Lyra, Ananias Góes, Lupercinio Nogueira, José Barbosa (dono da lendária loja Embalo’s Moda), Heraldo (juiz), José e Mazé Portela, Zeca Nascimento, Jaime Covas, Geraldo dos Anjos, Daniel Bizzi, Gil Barbosa, Kim Malheiros, Carlos Malheiros, Jorge Conceição, Guilherme e Jorge Pinheiro, Chico e Jorge Rodrigues, Lili Oliveira, Jésia Raiker, Rita Bernardino, Carlos, Fernando e Jorge Vasques, João Manoel Marques, Acram Isper, Elton Pio, Antenor Amazonas, Ademar Brito, José Onetti, Ronaldo Soares, Sergio Bichara, Eliane, Otávio e Heraldo Beleza da Câmara, Marly Fraiji, Belinha e Douglas Raiker, Antonio Barateiro, Amazonino Mendes, Helena e Gutemberg Fonseca, Ligia Fraxe, Monica, Hyssa, Mario e Wilson Abrahim, Norma Esteves, Paulo Lima e Fernando Pio de Souza.


No segundo ano, as candidatas do concurso Rainha do Carnaval Gay, promovido por Alonso e Bosco Fonseca no Bar Patrícia, fizeram uma aparição em grande estilo e deram o sinal verde para que dragqueens de todos os cantos da cidade começassem a participar do evento.


Durante os anos 80, a banda continuou saindo religiosamente no sábado gordo, arrastando uma multidão estimada em 5 mil foliões.


A partir de 1990, por motivos nunca esclarecidos, a Banda do Mandy’s Bar passou a sair no sábado magro, no mesmo dia da BICA, apesar de nunca as duas bandas terem se cruzado durante o desfile.


Uma explicação possível: os clubes tradicionais voltaram a investir nos bailes de carnavais realizados no sábado gordo e os foliões da banda preferiram brincar na rua no sábado magro e brincar nos clubes no sábado gordo.


Em 1991, por exemplo, Pedrinho Aguiar desfilou fantasiado de Cigana, em homenagem ao baile “Noite Cigana”, que o colunista César Seixas iria realizar no Rio Negro.


No mesmo ano, Neguinho da Beija Flor, que estava hospedado no hotel para fazer um show em um clube local, empolgou-se com a Banda do Mandy’s e deu uma canja cantando durante 30 minutos os mais famosos sambas enredos das escolas do Rio, de Janeiro, principalmente da sua escola.



A estonteante Leila Mattos, uma das bombshells da fuzarca


Além da grande quantidade de mulheres bonitas, a Banda do Mandy’s Bar possuía duas outras tradições.


As rainhas eleitas eram mulheres maduras e charmosas, elegantemente fantasiadas, que desfilavam no alto de uma caminhonete.



Travestido de mulher, o colunista Carlos Aguiar, com seus quase dois metros de altura, abria o desfile e se tornou o personagem mais aguardado pelo público.


“Em geral, chego atrasado de propósito!”, disse Carlos Aguiar, em entrevista concedida a jornalista Leyla Leong, do jornal A Crítica, em fevereiro de 1993, que naquele ano iria desfilar de “Tereza Collor em Miami”.


“Por causa da minha altura, eu chamo muita atenção, até mais do que a rainha. Ano passado gastei 10 batons, porque quando me pedem beijo eu beijo mesmo, deixo minha marca”, explicou.


Criador de seus personagens dentro de uma banda que não tinha enredo, Carlão já desfilara ao lado do mignon Pedrinho Aguiar como as irmãs Ísis e Luma de Oliveira, demitidas da tevê Globo pelo envolvimento de Ísis com a cantora Simone.


Em homenagem a questão ambiental, Carlos Aguiar também já havia desfilado como “Miss Ecologia”, portando um adereço de braço que “atrapalhava todo mundo”. Um figuraço!



A Banda do Mandy’s Bar desfilou pela última vez em fevereiro de 1997.


A morte de dois de seus organizadores – Carlinhos Vasques e Teomário Costa –, a falta de um local próprio para a concentração e o gigantismo que assolou a banda, bem diferente da proposta original de uma pequena confraternização entre amigos, foram determinantes para o encerramento da folia.


“Sinto saudades da época em que Manaus era mais amiga, mais íntima, onde as pessoas se cumprimentavam e se visitavam mais. Os primeiros organizadores da Banda do Mandy’s nutriam muito carinho e respeito mútuo entre si. Nós costumávamos curtir o carnaval de uma forma muito saudável. Não havia envolvimento com drogas e o carnaval de rua era mais alegre. As pessoas saíam de casa sem medo de que algo de ruim acontecesse”, relembra Jorge Vasques.


“Um dos motivos para que terminássemos com a banda foi a ocorrência cada vez maior de assaltos e brigas, com o envolvimento de pessoas que não frequentavam o bar e não faziam parte do nosso círculo de amizade. Percebemos que aquilo já estava ficando fora de controle e resolvemos colocar um ponto final na esbórnia”.


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Fonte de Pesquisa: 

Blog Amor de Bica (Blogspot)


 



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