domingo, 31 de outubro de 2021

LIVRARIA ACADÊMICA (1912-2009)



Fundada em 1912, este estabelecimento fechou as portas em 2009, com quase 100 anos de história. O edifício estava passando por reformas e hoje, há um outro comércio no local. O acolhimento fidalgo do seu Barata é algo que não existirá mais. Restará apenas saudades pelo fim do mais antigo templo ocupado pelos leitores da cidade.


O Jornal. Manaus, 1949


O Estado, por iniciativa da Secretaria de Cultura, já transferiu o que restou do acervo da Acadêmica para o Centro Cultural Palácio Rio Branco. Merece ser visitado, aproveitando o visitante para estender os olhos pelos outros seletos ambientes.


AGORA, CONHEÇAM A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DA LIVRARIA, NUMA HISTÓRINHA BEM DETALHADA QUE FOI PUBLICADA NOS JORNAIS QUANDO A LIVRARIA COMPLETAVA 70 ANOS


Até os primeiros anos da segunda década deste século, eram poucas as livrarias nesta capital, podendo mesmo se dizer que só existiam três: a Palácio Real, cujo nome era escrito em francês, da firma Cezar Cavalcante & Cia., situada na rua Municipal, atual Avenida Sete de Setembro, no mesmo local onde ainda hoje continua estabelecida, tendo há muitos anos como chefe e sócio proprietário da importante firma seu velho funcionário, Abdoral Cavalcante; lá na rua Guilherme Moreira Canto com a Theodoreto Souto, a Livraria Clássica, de J.J. da Câmara, e a terceira na rua dos Barés, junto a velha e saudosa Loja Estrela.


Anos depois, Lino Aguiar, deixou a Palácio Real e abriu também na rua Municipal canto com a Barroso, a Livraria Velho Lino, que logo depois entregou à direção de seu irmão Pompeu Aguiar.


E, ainda na citada rua Municipal, que há mais de meio século tem a denominação de Avenida Sete de Setembro, canto da rua Itamaracá existia uma quarta- livraria da firma Pereira Penalva que em franca decadência estava fechando suas portas, mesmo por- que o prédio estava muito deteriorado e o chefe proprietário da mesma o coronel Henrique Ferreira Pena, que se vivo era avó materno do Ministro Hélio Beltrão, se tornara mais político do que comerciante, sendo um dos valorosos chefe do partido comandado pelo Doutor Silvério José Nert, que foi o político que mais tempo governou o Amazonas.


A Agência Freitas, pequena Papelaria, que se mantinha com a venda de jornais e revistas nacio-nais e estrangeiras, principalmente o jornal Português, o "Século" que era de grande aceitação na colônia lusa, também fechara sua única porta dispensando também seu unico balconista Joaquim F. Coceilo.


Por isso não estranhei quando esse cidadão Português, que era ou é uma figura Interessante tipo mignon, sempre afogado numas calças que lhe iam até quase aos ombros, seguras apenas por suspensórios que não tinham mais de meio palmo de comprimento, entrara no escritório de locação de prédios onde eu trabalhava, dizendo que queria alugar uma porta que acabava de vagar na rua Henrique Martins; dei-lhe a chave' e momento depois voltou Coceilo já com a fiança assinada pelo comerciante Joaquim Monteiro, dono da Tabacaria Globo e me convidando para a inauguração da nova Livraria que seria denominada de Academia


E dias depois deu-se grande assistência a inauguração da nova Livraria com estantes e balcões, todos cheios de livros e bem arrumados, dando motivo a rasgados elogios a Coceilo que não parava de falar um só momento.


E no meio dos curiosos e fregueses apareceu o professor português Salvador Carlos de Oliveira, catedrático de desenho do Ginásio Amazonense e inimigo número um de todos os seus alunos, o qual pegando de uma estante um livro, perguntou quanto mesmo custava e tendo Coceilo respondido, custa o livro senhor professor apenas cinco mil reis ao que esse de maneira grosseira, jogando o livro no balcão disse: vou esperar pela liquidação




E a livraria Acadêmica, não se liquidou, continuou a crescer abrindo mais portas, aumentando dia a dia o número de seus fregueses e o pé de meia de seu proprietário, o qual anos depois cansado da luta como ótimo balconista que sempre foi o bem situado financeiramente voltou a Portugal transferindo seu estabelecimento comercial a conceituada firma, Barata e companhia Ltda, a qual mais tem feito crescer a livraria Acadêmica, já preste a completar setenta anos de bem vivida existência sempre prestigiada por seus fregueses e amigos.



MEMORIAL LIVRARIA ACADÊMICA E COLEGIAL | Esse memorial está exposto para a população no Palácio Rio Branco. Lugar lindo e com artigos antigos da família Barata.





O local hoje.





 


  

Fonte de Pesquisa: 

BLOG DO CORONEL ROBERTO (catadordepapeis)

MANAUS DE ANTIGAMENTE

JORNAL DO COMMERCIO

 



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