Ponte Rio Negro... quando da morte do jornalista Phelippe Dao em 14 de dezembro de 2016, a ponte foi rebatizada de Ponte Jornalista Phelippe Daou, em 21 de fevereiro de 2017, mais continua conhecida e chamada de Ponte Rio Negro, é uma ponte que atravessa o rio Negro, no estado brasileiro do Amazonas. Ela conecta os municípios de Manaus e Iranduba, e também faz parte da Rodovia Manoel Urbano. Atualmente é a maior ponte estaiada do Brasil, com 3,6 quilômetros de extensão sobre o maior rio de água negra do mundo.
Foi aberta para o tráfego de veículos em 2011 e batizada como Ponte Rio Negro durante a inauguração. Em 2017, recebeu o nome do jornalista e empresário brasileiro Phelippe Daou, um dos fundadores da Rede Amazônica. A obra foi orçada em R$ 1,099 bilhão (R$ 586 milhões em financiamento do BNDES e R$ 513 milhões do Governo do Estado do Amazonas).
Para ter acesso ao demonstrativo com fotos e todos os detalhes da construção da ponte pela Camargo Corrêa
HISTÓRIA
2003: Idealização
A demora na travessia das balsas, o desconforto dos passageiros e a falta de segurança, dentre outras reclamações dos usuários, motivaram uma audiência pública, ocorrida na Assembleia Legislativa do Amazonas, em 18 de junho de 2003. A audiência foi solicitada pelo deputado estadual Francisco Souza, a pedido do Conselho de Cidadãos do Município de Iranduba.
A idealização da ponte originou-se de um projeto de lei apresentado em 2003. Segundo o deputado Francisco Souza, um abaixo-assinado iniciado em 15 de novembro de 2003 reuniu cerca de 120 mil assinaturas favoráveis à construção da ponte.
No mesmo ano, o Governo do Estado do Amazonas reuniu uma comissão técnica para iniciar os estudos da viabilidade da construção dessa obra. Os resultados foram concluídos em 13 de abril de 2007 e o processo licitatório foi aberto já no outro mês. A divulgação do resultado ocorreu em novembro seguinte, sendo vencedor o consórcio Rio Negro, composto pelas empresas paulistas Camargo Corrêa e Construbase Arquitetura & Engenharia Ltda.
2007–2011: Construção
Em 3 de dezembro de 2007 foi emitida a ordem de serviço ao consórcio vencedor, considera-se como a data oficial de início das obras da Ponte Rio Negro.
Em 4 de julho de 2008, com a presença do então governador Eduardo Braga, fincaram-se as primeiras estacas do vão central no rio Negro. Foram usados aço e cimento em quantidade suficiente para erguer três estádios do Maracanã. Devido ao grau de acidez das águas do Rio Negro, adicionou-se pozolana (material silicioso anticorrosivo) ao concreto empregado nas estacas e no tabuleiro.
Obra que faz parte do projeto de expansão da Região Metropolitana de Manaus, a ponte foi construída sobre o Rio Negro, entre a área chamada de Ponta do Ouvidor, no bairro Compensa, em Manaus, e a Ponta do Pepeta, em Iranduba.
2011: Inauguração no aniversário de Manaus
Em 24 de outubro de 2011, aniversário de 342 anos da cidade de Manaus, a ponte foi inaugurada com a presença de autoridades, entre elas, a então presidente da República Dilma Roussef, que fez uma promessa: a extensão da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e a extensão dos benefícios para toda a região metropolitana, possibilitando um maior desenvolvimento e o início de uma conurbação urbana entre quatro municípios vizinhos.
2012–presente
Em 21 de fevereiro de 2017, o Governo do Estado do Amazonas anunciou que a Ponte Rio Negro passaria a se chamar Ponte Jornalista Phelippe Daou, mediante o decreto estadual nº 37.646, de 21 de fevereiro de 2017, assinado pelo ex-governador do Amazonas José Melo; a justificativa para a renomeação, segundo o decreto, é que "o Estado tem o dever de homenagear os cidadãos que atuaram na contribuição para o Desenvolvimento do Amazonas".
Em 12 de abril de 2019 a ponte sobre o Rio Negro recebeu iluminação verde em referência aos 371 anos do Exército Brasileiro. A iluminação faz parte da programação comemorativa em importantes monumentos históricos da capital amazonense, reconhecidos no Brasil e no mundo.
Estrutura
Com 3 595 metros de extensão, é a maior ponte estaiada do Brasil, com 400 metros de seção suspensa por cabos em seu vão central. Sua largura total é de 20,70 metros no trecho convencional e 22,60 metros na parte estaiada. Sua via contém quatro faixas de tráfego, duas em cada sentido, além da faixa de passeio para pedestres nos dois lados.
O mastro central apoia dois vãos de 190 metros para cada lado. A estrutura, em forma de losango, é dividida em três partes: um cone de ponta-cabeça abaixo do tabuleiro, um cone acima do tabuleiro e o topo do mastro. O formato aerodinâmico foi adotado para diminuir o atrito com o vento de forma a evitar ressonância ondulatória tal como o caso da ponte de Tacoma.
Ao lado do Teatro Amazonas, a ponte vem sendo considerada um dos maiores e mais importantes monumentos da arquitetura da Amazônia, o que representa um marco na integração da Região Metropolitana de Manaus (RMM), fundada em 2007, com treze municípios e cerca de 2,6 milhões de habitantes.
Cultura popular
▪ Antes mesmo de ser concluída, ainda em 2009, a ponte já fazia parte da cultura popular. O cantor brasileiro Nunes Filho, conhecido como Príncipe do Brega, lançou um CD intitulado Caminhar na Ponte Sobre o Rio Negro.
▪ A Ponte Rio Negro é cenário natural para os telejornais: Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas, ambos da Rede Amazônica.
▪ Por ser um símbolo arquitetônico de Manaus, a ponte também se consolidou como um dos principais cartões-postais da cidade.
Tráfego de veículos
A ponte é administrada pelo Governo do Amazonas. O Estado estima que uma média de 160 veículos intermunicipais, como ônibus e táxis, trafegam diariamente pela ponte, levando mercadorias, turistas e moradores dos municípios das regiões interligadas.
Há fiscalização de trânsito antes do início da ponte, nos trechos de ida e volta.
Com a Ponte Rio Negro, muitas pessoas aproveitam fins de semana e feriados para visitar balneários, chácaras, sítios, flutuantes, hotéis e outros atrativos turísticos do Amazonas situados em Iranduba, Manacapuru e Novo Airão.
Já nos primeiros trechos da AM-070 é possível ver balneários, próximos ao acostamento da via. Esses espaços possuem estrutura com área para estacionar carros; igarapés para banho; mesas e cadeiras; restaurantes com comida regional, entre outros atrativos.
Ao longo da rodovia, também há postos de combustíveis, restaurantes e estabelecimentos que oferecem cafés regionais.
Passeio de pedestres
A ponte possui passeio de pedestres dos dois lados. Cada lado tem 1,5 metro de extensão. Diariamente, diversas pessoas cruzam a ponte, contemplando a paisagem do Rio Negro e a vista de parte da orla de Manaus.
Da ponte, é possível ver a praia Ponta Negra, outro ponto turístico da capital, e parte da orla do bairro São Raimundo.
Em feriados prolongados, é comum ver diversos veículos ao longo da cabeceira da ponte com pessoas em busca de lazer.
Detalhes sobre a Ponte Rio Negro
Investimentos: R$ 1,099 bilhão (R$ 586 milhões do BNDES e R$ 513 milhões do Governo do Amazonas)
Tempo da obra: 03 anos e dez meses
Empregos diretos na obra: 3.400 trabalhadores
Comprimento total: 3.595 m
Número de vãos: 73
Altura do mastro central: 103 m acima do tabuleiro
Extensão do trecho estaiado: 400 m
Largura da seção estaiada: 22,60 m
Largura do trecho corrente: 20,70 m
Pistas: duas pistas duplas
Faixas por pista: duas faixas sentido Manaus e duas sentido Iranduba
Passeio de pedestres: 1,5 m de cada lado
Concreto estrutural: 138.000 m³
Cimento: 1 milhão de sacas
Vigas pré-moldadas: 213 peças
Pilares/apoios: 74 unidades
Base de solo, areia, seixo: 47.000 m³
Revestimento betuminoso: 72.000 toneladas
DEPOIS DA GALERIA DE FOTOS,
informações mais detalhadas sobre as características da ponte.
Comprimento da ponte: 3.595 metros
Ponto mais alto: 55 metros (altura)
Maior vão entre pilares: 200 metros (largura)
Mastro central: 158 metros (altura)
Quant. pilares: 74
Prazo de entrega da obra: 2010
Ponte sobre o rio Negro: estaiada, e em forma de diamante, ela poderá ser vista a 30 quilômetros de distância
Volume de concreto equivale a dois Maracanãs
Entrevista com o secretário da Região Metropolitana de Manaus, René Levy, sobre aspectos especiais da ponte que cruza o rio Negro nos ajuda a entender melhor esta mega-obra.
A ponte é a maior do Brasil sobre ambiente de água doce. O projeto se inspira em algum outro já construído ou ele apresenta inovações que a tornam uma obra diferenciada?
O projeto utiliza a tecnologia de Stay, já aplicada em outras pontes no Brasil como em outros países. Mas a diferença dela para as demais é o marque central e os dos dois vãos livres ao redor deste marque central, que tem 172 metros de altura, a partir do nível de água, e vãos livres de 55 metros de altura por 200 de largura. Isso da à ponte um formato em diamante e ela poderá ser vista a uma distância de até 30 quilômetros.
Em termos de sistema construtivo, há alguma novidade empregada na construção da ponte?
Nós tivemos alguns desafios muito grandes. Primeiro, por que estamos construindo num rio gigantesco, onde o menor trecho é exatamente este onde estamos construindo. Segundo, pelo vazio científico que se tinha da região, o que obrigou investigações geológicas para a implantação das fundações. A obra exigiu camisas metálicas de grandes proporções. Nós temos a menor delas em torno de dois metros e vinte centímetros de diâmetro e a maior de dois metros e meio de diâmetro. Elas estão cravadas num leito absolutamente desconhecido e com uma força d’água respeitável. Tínhamos pouco conhecimento da corrente e das profundidades variáveis do rio. Isso torna a obra um desafio diário e exige novidades tecnológicas, como a aplicação de blocos de coroamento em casca para suportar a força do rio Negro e suas cheias.
O concreto empregado na obra tem algum componente diferenciado?
Uma curiosidade é que é um concreto resfriado, em função do volume necessário para fazer a concretagem das fundações, que às vezes alcançam mais de 90 metros de comprimento e que demoram algo em torno de dez horas para concretar. Então houve a necessidade de se resfriar o concreto. O material é misturado com gelo para que haja uma cura homogênea e se evite qualquer área de fragilidade.
O rio Negro, pela sua dimensão, tem exigido estratégias de engenharia diferenciadas para a realização da obra?
Como eu citei anteriormente, o grande desafio era o desconhecimento geológico, geotécnico e hidrológico do rio. Para a obra suportar todo esse impacto, posso afirmar que há, submerso no rio Negro, um volume de concreto equivalente ao estádio Maracanã. E sobre as águas do rio haverá um outro Maracanã em concreto.
Características do projeto
* Comprimento total da ponte – 3.595 m
* Número de vãos – 73
* Extensão do trecho estaiado – 400,0 m
* Extensão do vão central – 2 x 200,0 m
* Largura da seção tipo – 20,70 m
* Largura da seção estaiada – 24,60 m
* Altura do vão central – 55 m
* Altura do mastro central – 103 m
* Número total de estais – 56 m
* Total de vigas pré-moldadas – 213
* Número total de estacas escavada – 246
* Volume de concreto por estaca: 2.800 sacos de cimento
Curiosidades
* Concreto Estrutural (m3) – 138.000 – equivalente a 25 prédios de 20 andares
* Aço CA-50 (toneladas) – 12.300 – equivalente 20 balsas cheias de aço
* Aço CP-190 RB (toneladas) – 1.630
* Aço CP-172 RB (toneladas) – 570
* Cimento – um milhão de sacas de cimento
* Vigas Pré-moldadas 45 metros (peças) – 213
* Pilares /apoios (unidades) – 74
* Base de Solo-Areia-Seixo (m3) – 47.000
* Revestimento Betuminoso (toneladas) – 72.000
Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Conten
Fonte de Pesquisa
PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS
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