sábado, 11 de janeiro de 2025

História Completa do Carnaval de Manaus

História Completa do Carnaval de Manaus

Casa Civil e Acervo MMH


Primórdios

A cidade de Manaus registra manifestações carnavalescas desde a metade do século XIX, bem ao estilo Paris dos Trópicos, uma das alcunhas que ganhou na fase áurea da borracha. O extinto jornal Estrella do Amazonas cita, na sua edição de 28 de janeiro de 1854, o que seria o primeiro registro na imprensa sobre manifestação carnavalesca: um convite aos sócios da Sociedade Recreativa Amazonense para que participassem de um baile na casa do capitão Gabriel Antônio Ribeiro Guimarães.

Por volta de 1900, os eventos suntuosos eram para poucos, como os barões, em casarões e, depois, em clubes locais. Outra parte da população brincava nas ruas próximas às suas casas, em becos ou ruelas, os famosos blocos de sujos.


Acervo MMH

Em 1908 têm origem em Manaus os corsos, onde os barões da época, consumistas das modas importadas de Paris, desfilavam fantasiados em carros suntuosos, ou carruagens enfeitadas de flores, numa espécie de comboio, e jogando confetes, serpentina e perfumes no público. O Corso da Cervejaria Miranda Corrêa era um dos mais famosos.

Acervo MMH


O carnaval no auge do ciclo da borracha

No boom da borracha, entre 1890 e 1914, o Carnaval de Manaus tomou mais corpo, principalmente por causa da sacramentação de uma nascente elite local, explica o historiador Daniel Sales, em sua conhecida obra “É Tempo de Sambar - História do Carnaval de Manaus (com ênfase às Escolas de Samba).

A fase pós-borracha, a partir de 1915, também significou o fim dos corsos para o Carnaval de Manaus. No entanto, o povo continuou brincando na base do entrudo em suas próprias localidades e nos primeiros desfiles militares, com bandas executando seus dobrados, marchinhas e marchas-ranchos na avenida Eduardo Ribeiro. E as manifestações afro-brasileiras cada vez mais presentes em bairros como a Praça 14 de Janeiro, Costa da África, próximo ao antigo cemitério São José, onde está hoje a sede do Atlético Rio Negro Clube.

Em dezembro de 1938, o ex-diretor do Olímpico Clube, Cândido Jeremias Cumaru, cria a Kamélia, uma boneca negra de apenas 75 cm de altura, comprada por quatro mil réis nas Lojas 4.400 e trajada à moda baiana, que arrastava multidões pelas principais ruas da cidade, pendurada no galho de uma ingazeira. Ela viria a se tornar o símbolo que abre oficialmente o Carnaval de Manaus todos os anos.


Escolas de samba

A história das escolas de samba de Manaus remonta a meados da década de 1940, quando foi fundada a Escola Mixta de Samba da Praça 14 de Janeiro. O primeiro desfile oficial de escolas de samba na cidade aconteceu em 1947. Desse fato até os dias atuais, o crescimento e expansão das escolas na cidade são verificados não apenas pelo crescente número de escolas e seus componentes, como também por sua influência em diversos bairros e no rico cenário de festas de Manaus. O desfile do Grupo Especial do carnaval de Manaus chegou a ser transmitido em rede nacional pela extinta TV Manchete em 1994.


Acervo MMH


Os desfiles em Manaus já percorreram alguns locais que o credenciam com destaque na cidade, como as avenidas Eduardo Ribeiro e Djalma Batista, até chegar em 1992 ao Sambódromo. Essa construção denota a importância das escolas de samba da cidade de Manaus até mesmo no contexto nacional, como foi citado anteriormente. Mesmo com a reforma do sambódromo carioca, o sambódromo de Manaus continua sendo o maior em capacidade de público comportando mais de 100 000 pessoas.

Acervo MMH


Segundo o livro "É Tempo de Sambar", de Daniel Sales, a pista do Sambódromo possui 405 metros de extensão e 12 metros de largura. Atualmente, os desfiles das escolas de samba acontecem na quinta (Grupo de Acesso B), na sexta (Grupo de Acesso A) e no sábado (Grupo Especial). A partir de 2023, passa a integrar a programação carnavalesca, os desfiles do Grupo Experimental, que ocorrerão no sábado magro de Carnaval. Diferente dos outros grupos cujos desfiles ocorrem no Sambódromo, o Grupo Experimental desfilará na Alameda Alphaville, na Praça Mindú Norte, entre as zonas norte e leste da cidade.


Noticia Preta



Ligas de Carnaval


CEESMA

A Comissão Executiva das Escolas de Samba de Manaus, atual entidade responsável pela organização dos desfiles do Grupo Especial, foi criada em 2014 com o fim da antiga liga, a AGEESMA, e após o desfile daquele ano, marcado por muita chuva e problemas de subvenção e patrocínio por parte dos governos estadual e municipal. Diante da situação, as escolas de samba do Grupo Especial de 2014 decidiram, por maioria, declararem-se todas campeãs, e organizarem uma nova entidade, mais forte e unida em prol do carnaval manauara.


LIESA

Após a apuração do Grupo Especial em 2017, cinco agremiações (Mocidade de Aparecida, Unidos do Alvorada, Vila da Barra, Andanças de Ciganos e Balaku Blaku), resolveram fundar uma nova liga para gerir o carnaval da cidade: a Liga Independente das Escolas de Samba do Amazonas, que mais tarde ganhou a adesão da Grande Família. A Sem Compromisso inicialmente chegou a participar da fundação do grupo, mas retirou-se semanas depois, retornando à CEESMA.


UESAM e UNIÃO CULTURAL

A União das Escolas de Samba do Amazonas é a associação responsável por gerir a organização dos desfiles das escolas de samba dos grupos de acesso em parceria com a União Cultural das Escolas de Samba de Manaus (que representa as agremiações Império do Mauá, Ipixuna, Meninos Levados, e Mocidade Independente da Raiz). A UESAM surgiu em 2015 logo após a criação da CEESMA. Antes desta, os desfiles foram organizados por diversas entidades em diferentes anos (LIESMA, LESBCM, AEGSMA, Instituto Cultural Cidade de Manaus, etc.).


GAO

Por conta de divergências internas, diversas escolas de samba se desfiliaram da UESAM (Beija Flor do Norte, Gaviões do Parque, Império da Kamélia, Império do Havaí, Leões do Barão Açú, Mocidade Independente do Coroado, Presidente Vargas, Primos da Ilha e Unidos da Cidade Nova) e, junto à Vila da Barra (que fazia parte do Grupo Especial à época), fundaram o Grupo de Acesso Oficial de Cultura Popular em 2017.


Transmissões



1983–1994: Emissoras Locais, Rede Manchete e Rede Bandeirantes

Na década de 1970 não houve transmissão dos desfiles pela TV. Somente quando passou para a Av. João Alfredo, em 1980, é que houve chamadas para o desfile. Em 1983, a João Alfredo mudou de nome para Djalma Batista. A partir daí as emissoras de televisão de Manaus iniciaram as transmissões.

Não havia ainda o "Direito de Arena", portanto quaisquer emissoras de TV ou se rádio transmitiam os desfiles sem pagar nada às agremiações.

No primeiro ano do Sambódromo, em 1992, as TVs Amazonas (afiliada da Rede Globo), A Crítica (à época, afiliada ao SBT), Rio Negro (afiliada à Band) e Cultura do Amazonas, transmitiram na íntegra as apresentações das escolas de samba.

A primeira emissora nacional a realizar a transmissão do desfile foi a Rede Bandeirantes (com chamadas), em 1993.

Em fevereiro de 1994, sem verba para transmitir os carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo, a Rede Manchete opta transmitir na íntegra o Carnaval de Manaus. A transmissão foi realizada com o patrocínio da Suframa (tanto que na parte inferior da tela apareciam desenhos que simbolizavam os produtos vendidos na cidade), com a responsabilidade da Rede Boas Novas.

1995–2006: TV A Crítica, TV Cultura, TV Amazonas e TV Rio Negro

Entre 1995 e 1998, quatro emissoras locais transmitiram os desfiles.

A partir de 1999, por causa da negativa do governo local em investir nas escolas, eis que a RCC - Rede Calderaro de Comunicação fecha negócio com as agremiações e faz, com exclusividade, a transmissão - época em que a mesma era afiliada ao SBT (hoje é emissora independente). O contrato com a TV A Crítica foi assinado até o carnaval de 2006.

2007–2009: TV Rio Negro

A extinta TV Rio Negro (afiliada à Rede Bandeirantes na época) transmitiu o Grupo Especial entre 2007 a 2009.

2010–2012: TV Em Tempo e TV Cultura do Amazonas

A TV Em Tempo (atual afiliada ao SBT) transmitiu o desfile entre 2010 a 2012, sendo que a primeira transmissão foi em conjunto com a TV Cultura do Amazonas (atual afiliada da TV Brasil).

Em 4 de fevereiro de 2011 a emissora gravou a vinheta do Carnaval de 2011 de Manaus com a presença da modelo e atriz Viviane Araújo, indo ao ar a partir do dia 9 de fevereiro de 2011.

Em 5 de março de 2011, pela primeira vez na história das transmissões do Carnaval de Manaus, o desfile foi exibido totalmente em HDTV.

Problemas na transmissão do Carnaval de Manaus em 2012: Em 18 de fevereiro de 2012, por falhas técnicas em seu sistema de transmissão entre o sambódromo e seu parque gerador, deixou de transmitir parte do desfile das escolas de samba do Carnaval de Manaus, iniciando as transmissões apenas depois de 7 horas do inicio do desfile , o que gerou revolta por parte dos telespectadores através das redes sociais na internet, já que todo o Estado fora obrigado a assistir a transmissão do Carnaval de Salvador - BA e do Grupo de Acesso do Carnaval do Rio de Janeiro - RJ feita pela emissora de Silvio Santos. A emissora amazonense alegou que apesar da falha, transmitiu 5 horas do desfile depois de sanado o problema. O Governo do Amazonas exigiu a devolução integral de todo o valor de repasse dos direitos de transmissão à emissora, que somam R$ 1 134 milhão. A emissora, em nota oficial, lamentou o ocorrido e afirmou que "não irá se esquivar de suas reais responsabilidades, além de se desculpar com o público amazonense, com as escolas de samba e suas respectivas comunidades."

2013–2015: TV Tiradentes

A TV Tiradentes (hoje é emissora independente) transmitiu o desfile de 2013 a 2015.

A emissora adquiriu com absoluta exclusividade o direito de transmissão do Carnaval de Manaus, que até então pertencia à TV Em Tempo.

No desfile de 2014, a emissora chegou transmitir flashes do desfile da Império do Havaí, então escola de samba do Grupo de Acesso B, na noite da sexta-feira gorda de Carnaval.

2016–presente: TV A Crítica e TV Cultura do Amazonas

Após o Carnaval de 2015, as escolas de samba decidiram realizar um novo contrato de transmissão dos desfiles, desta vez novamente com a TV A Crítica que já havia transmitido o evento em 1992-1993, e 1995 a 2006.

Em 2019, pela primeira vez, o desfile das escolas de samba do Grupo de Acesso A foi transmitido na íntegra, através da parceria realizada entre a organização dos desfiles e a TV Cultura do Amazonas (atual TV Encontro das Águas), em caráter experimental, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas - SEC. Durante as chamadas a emissora chegou a anunciar que haveria flashes ao vivo dos desfiles do Grupo de Acesso B, o que não ocorreu, visto que a transmissão somente iniciou após a meia-noite, quando as escolas do Grupo de Acesso A já estavam desfilando.


Carnaval de rua

O carnaval de rua é uma das mais antigas manifestações culturais de Manaus, sendo que o registro mais antigo de sua realização data de uma anúncio de jornal de 1854. Desde então foi realizado nas ruas manauaras, desde a elite amazonense formada pelos barões da borracha às brincadeiras populares.

No período entre os anos 1970 até o início dos anos 2000, os blocos carnavalescos chegaram a competir entre si, contudo nos dias atuais, prevalece a tradição e animação dos foliões. Além dos blocos, vale destacar que no Carnaval de Manaus há a particularidade das bandas carnavalescas, que geralmente se apresentam com um estrutura fixa de palco para shows (enquanto os blocos normalmente desfilam com trios elétricos), embora isso não seja uma regra. Assim como as escolas de samba, os blocos e bandas recebem subvenção pública a partir dos editais divulgados pela prefeitura ou pela Secretaria de Estado da Cultura.

Entre os blocos mais tradicionais que se firmaram no calendário momesco da cidade está a Banda da BICA, criada por Armando Soares, português fundador do Bar e Confraria do Armando. Se apresenta próxima ao Teatro Amazonas e é conhecida pelos seus bonecos gigantes irreverentes e por marchinhas com sátira polít.aA ), Banda da Difusora (ocorre anualmente na Avenida Eduardo Ribeiro, e foi fundada pela famosa emissora de rádio local que dá nome à banda), Banda do Boulevard (arrasta foliões na Avenida Senador Álvaro Maia, o Boulevard, e todo ano traz diversos assuntos em seus temas, de cuidados com a saúde à citação de acontecimentos sociais e históricos), Banda da Bhaixa da Hégua (popular banda do bairro Educandos que sempre se apresenta com uma boneca de égua gigante irreverente especialmente decorada para o Carnaval, o Bloco das Piranhas, (criada a partir do Bloco das Apertadas do bairro Japiim, pela portuguesa Nilce Faria, após descontinuar o bloco serviu de inspiração para o bloco das Piranhas, do bairro Parque Dez que logo depois transferiu-se para o Sambódromo de Manaus e Arena da Amazônia. O bloco é marcado pela irreverência dos foliões homens que saem vestidos com roupas femininas).

Banda do Galo (fundada por pernambucanos residentes na cidade, a banda traz características do bloco recifense Galo da Madrugada, como frevo e as sombrinhas coloridas, dentre outras que abrilhantam o carnaval manauara todos os anos.


Carnaboi

Desde o ano 2000, após o tradicional desfile de escolas de samba, o Sambódromo de Manaus também é palco do Carnaboi. A festa é uma mistura de carnaval com as toadas de boi-bumbá, ritmo do folclore amazonense, que pode ser conferido todos anos no Festival Folclórico de Parintins e no Festival Folclórico do Amazonas. Durante as noites do Carnaboi, artistas e agremiações folclóricas de Manaus e Parintins se apresentam em palcos ou trios elétricos, a depender da organização de cada ano. Para que os foliões tenham acesso à pista, é obrigatório o uso de tururis, camisas personalizadas semelhantes aos abadás.


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BANDA DO MANDYS

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2023/03/historia-completa-da-banda-do-mandys.html

BANDA DO CINCO ESTRELAS

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2023/03/banda-do-cinco-estrelas.html

A RAINHA DO SAMBA

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2023/04/leila-silva.html

BAILE DE GALA RIO NEGRO

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2021/08/o-baile-de-gala-do-rio-negro-clube.html

BLOCOS TRADICIONAIS

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2023/03/tradicionais-blocos-de-carnaval-de.html

KAMÉLIA

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2022/11/a-historia-da-kamelia.html

NOSSO CARNAVAL TIN TIN POR TIN TIN

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2021/10/carnaval-de-manaus-tin-tin-por-tin-tin.html

HISTÓRIA CONCISA DO NOSSO CARNAVAL

https://minhamanaushistorias.blogspot.com/2021/09/historia-concisa-do-carnaval-amazonense.html

 


   

Fonte de Pesquisa

SALES, Daniel (2008). É Tempo de Sambar - História do Carnaval de Manaus (com ênfase às Escolas de Samba). Manaus: Editora Nortemania.

Foto(s)

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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

O dia em que o Amazonas inteiro chorou.


O dia em que o Amazonas inteiro chorou.


Você sabia que na esquina da Rua Paraguaçu com a Avenida São Jorge, bem abaixo desta guarita que pertencia a antiga Transportadora Poderosa, na Estrada da Ponta Negra, próximo ao CIGS, existia uma pequena pirâmide na sua base, e dentro dela, existia um pequeno santuário com duas imagens católicas?

Pois então, era uma homenagem a José Carlos Martins Mestrinho, filho de Gilberto Mestrinho que faleceu naquele local vítima de um grave acidente de trânsito.


O ACIDENTE


Foi no final da tarde do dia 27/02/1986, uma quinta-feira, que um veículo modelo Monza Classic Chevrolet branco engavetou na lateral de uma carreta que perdera os freios traseiros no momento em que fazia a curva quase em frente ao CIGS, na antiga Estrada da Ponta Negra. 


Dentro do veículo Monza um jovem promissor às vésperas de completar 18 anos de idade. O Amazonas inteiro chocou-se com a tragédia.


JOSÉ CARLOS




Quem conheceu José Carlos Martins Mestrinho sabe que dos filhos de Gilberto era ele que mais se parecia com o pai; quer no carisma, jeito, fidelidade com os amigos, e até mesmo na forma serena como falava. O Amazonas chorou e quedou-se em luto junto aos pais, Gilberto e Maria Emília Martins Mestrinho.


Inúmeras homenagens foram feitas anos seguidos por todo o Amazonas. Escolas, creches, ruas, auditórios, salas de estudos sociais em Universidades, hospitais, centro de reabilitação de jovens, etc, levam o nome de José Carlos Mestrinho.


Políticos de todas as matizes foram consolar, em luto, a família de Mestrinho. Foram dias difíceis para Manaus e para o Amazonas. 


Nesta época, Gilberto Mestrinho já preparava seu sucessor (Amazonino). O que se viu nos meses seguintes ao fatídico acidente foram maledicências de toda ordem, a mais grave, pontificada pelos opositores de Gilberto, foi que “ele havia dado cabo do motorista da carreta”- inocentado ao longo do inquérito – o que acabou permeando boa parte da campanha política. 


Em um dos últimos programas eleitorais exibidos pela Aliança Democrática de Mestrinho, no rádio e TV, foi marcante a cena (filmada) de Gilberto abraçando o motorista da carreta Detimar Amâncio. Era a imagem do perdão e uma pá de cal nas calúnias.



O corpo do jovem promissor José Carlos está sepultado no jazigo 2.621/A e até hoje, passados 30 anos, recebe homenagens de diversos amazonenses.


O pequeno santuário hoje não existe mais, as imagens foram levadas e a pirâmide sendo desmontada por conta de um novo empreendimento que surge no local.



   

Fonte de Pesquisa

Marcelo Guerra / Jornalista MTB 492/AM – MBA Administração Pública - BOLETIM AMAZÔNICO

Foto(s)

BOLETIM AMAZÔNICO




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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Lupanares e Puteiros de Manaus

Lupanares e Puteiros de Manaus  1959/1969



A princípio, nos anos 1960, quando Manaus era uma cidade provinciana, com população não superior a 176.000 habitantes. Os rendez-vous – alcunhados pela imprensa baré de lupanares – e puteiros – assim vulgarmente denominados por seus frequentadores – reinaram absolutos como locais de aventuras e prazer.
O apogeu dos antros de prostituição ou de licenciosidade, deu-se exatamente naquela década e tiveram o seu fim decretado em meados da década de 1970.
O vocábulo rendez-vous significa bordéis abertos e foram assim chamados pelos franceses porque sua prática ocorria no início das tardes. Depois passou a se caracterizar como bordel, já que as prostitutas não moravam no local do trabalho.
O PRIMEIRO
  • Estação Rodoviária de Manaus
O primeiro puteiro de Manaus foi o Bom Futuro, que em meados da década de cinquenta deixou de ser um então “banho” familiar. Ficava à beira do igarapé que ainda hoje banha o então Clube Municipal, na margem direita da Estrada Torquato Tapajós, onde hoje funciona a Frigelo.
O “Lá-Hoje”, que se localizava exatamente onde hoje está instalada a então horrorosa Estação Rodoviária de Manaus, era tido como discreto e melhor frequentado. “Era um casarão enorme, em formato circular, afastado da estrada, com pista de danças […]. Nos fundos do terreno, que era grande, havia uma série de quartos destinados aos casais que desejassem folgar mais intimamente. Ambiente de respeito e muito tranquilo”.
Na Rua João Coelho, atual Avenida Torquato Tapajós, o puteiro “Verônica”, localizado onde hoje é o então Shopping Millenium. Localizado à margem direita do igarapé da Ponte dos Bilhares. O “Ângelus”, ficava na esquina de um ramal em frente do Hospício, onde hoje fica a IMESA, com a Rua João Alfredo, hoje Djalma Batista.

  • Avenida Torquato Tapajós
O “Iracema”, que existia na rua ao lado da atual loja Solimões Veículos, também em Flores. O “Piscina Club”, que se situava num pequeno ramal atrás do atual Posto 5. O “Mon Petit”, que sucedeu o “Ângelus”, em frente à atual fábrica da Philips, na Avenida Torquato Tapajós.
O “Bataclan”, um pouco mais acima; o “Rosa de Maio”, no ramal localizado após a entrada da cidade nova, onde na entrada temos o atual Motel Detalhes. E, por fim, um dos mais antigos, o “Forquilha”, que se situava na atual rua que leva ao Aeroporto Eduardo Gomes. Para a zona leste, no que é hoje a Avenida Cosme Ferreira existia o “Bafo de onça”, onde funciona atualmente o Colégio Santana; o “Furna da onça”, um pouco mais adiante. Para o lado do Rio Negro existia, dentro da Cidade Flutuante, o “Cai N’água” e na zona oeste, na estrada da Ponta Negra, o “Mansão das Brumas”.

  • Zona Urbana de Manaus
Na década de 1960, os rendez-vous situados na zona urbana de Manaus eram: Cabaré do Almeida, que se localizava no então bairro do Morro da Liberdade. O Cabaré do Carroceiro, no então Beco Boa Sorte e a Buate Fortaleza, no Bairro do Educandos. No centro da cidade ficavam: a Buate Odeon; os rendez-vous do Déde, Carolina e da Elisa, na Rua Frei José dos Inocentes; o rendez-vous da Rosimeire, na Rua Saldanha Marinho e a Pensão Royal, na Joaquim Sarmento. Nem todos possuíam quartos para a prática do sexo pago, serviam apenas de ponto de encontro.
A maioria dos puteiros localizados fora da zona urbana de Manaus ficavam às margens de algum igarapé. Era regra que se fizesse um cerco de madeira, com escada, a qual começava às margens e terminava na areia do fundo do igarapé. Curiosamente o Lá Hoje, o mais “refinado” dos puteiros, ficava localizado em terreno onde não passava nenhum igarapé.
Era comum o uso de trocadilhos entre os “putanheiros”, especialmente se na ocasião tivesse a presença de alguém que não era do “ramo”: “vais lá hoje? “; “está na hora do Ângelus”.

  • Selvagem e Saramandaia
Havia ainda a figura do xodó, que era a relação que nascia dentro do puteiro quando a prostituta de engraçava de um cliente. Esse “passava a ser “propriedade” dela e, dessa forma, quando ele entrava no recinto, as outras prostitutas, na grande maioria das vezes, respeitavam essa posse e não mexiam ou davam confiança diante da “proprietária””. O xodó tinha a sua preferência na relação sexual. Este, por sua vez, a bancava parcial ou integralmente, ou era generoso na hora do pagamento.
“A transição ocorrida entre a segunda metade da década de 1970, entre esse tipo de bordel e o motel, se interpenetrando no espaço e no tempo, ocorreu claramente em Manaus com dois estabelecimentos – Selvagem e Saramandaia –, que assumiam um perfil misto, de lupanar, boate e dancing, sendo frequentados por uma nova geração que procurava outro tipo de prostituição, com características diversas daquelas anteriores”. Esses estabelecimentos se localizavam ao lado de onde é hoje o Colégio Denizard Rivail, na Estrada Torquato Tapajós.
Ainda na década de 1970 surgiram os puteiros da Chica Bobó, então localizado na Compensa e o da Chica Pacu, na Avenida Brasil, ambos na zona oeste.
O primeiro dos puteiros mais tradicionais a encerrar suas atividades foi o Ângelus, em 1965 e o último a cerrar as suas portas foi o Lá Hoje, em 1974.
A mudança da sociedade de Manaus com a ruptura de valores mais conservadores, o modo de pensar o sexo – especialmente por parte das mulheres -, a proliferação dos motéis, o progresso com a chegada da então Zona Franca ou o envelhecimento dos putanheiros, talvez sejam fatores que tenham concorrido para o fim dos puteiros, talvez.
Esse é um aperitivo sobre os lupanares e puteiros que existiram na cidade de Manaus na década de 1960 até meados da década de 1970.
Em suma, as informações aqui prestadas tiveram como referência, inclusive com transcrições de trechos inteiros ou parciais, a dissertação de Raimundo Alves Pereira Filho, “Lupanares e Puteiros” – os últimos suspiros dos rendez-vous na sociedade manauara (1959/1969).

 

   

Fonte de Pesquisa

INSTITUTO DURANGO DUARTE / REPORTAGENS

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