quarta-feira, 31 de maio de 2023

Manaus de ontem e de hoje com lágrima dos boêmios



"Na verdade, a nossa arquitetura mais antiga exprime uma atitude emocional e consequentemente estética de um período da burguesia enriquecida pela exportação do látex".


Se a arquitetura é o símbolo mais visível de uma sociedade, a fisionomia urbana de Manaus reflete bem o espírito da sociedade que nasceu aqui em 1669. Não se trata de uma frase, ou de simples generalização sociológica, posso garantir. Na verdade, a nossa arquitetura mais antiga exprime uma atitude emocional e consequentemente estética de um período da burguesia enriquecida pela exportação do látex.


Manaus, que despertou admiração de tantos imigrantes estrangeiros, cuja primeira década de 1900 marcou. É verdade, de uma aldeota dos Índios Manaós, o antigo Lugar da Barra, se transformou em um dos mais importantes centros de atividade industrial e comercial do mundo tropical, graças à vitalidade econômica da época. E consequentemente, lhe deu vida e riqueza por meio do seu comércio de longo alcance.


Manaus daquele período, veio conhecer o gosto e a experiência de países europeus onde sua burguesia buscava inspirações. As viagens à Europa, eram ocorrência de rotina para aqueles que viviam aqui. Era uma sociedade buscando o conhecimento e firmando-se como força civilizadora, o que ainda hoje não é diferente, o velho continente continua a fascinar.


Cidade de colinas suaves, a capital do Estado do Amazonas desdobra-se em visões múltiplas para o visitante que cruza as avenidas de seu lucido urbanismo. E não deixa de impressionar a obra urbanizadora creditada ao governador Eduardo Gonçalves Ribeiro. Vale relembrar que a topografia da cidade antes de Eduardo Ribeiro, vislumbrava-se cortes hidrográficos de vários igarapés que serpenteavam a cidade, como: o do Salgado, Castelhana, do Espirito Santo, de Manaus, da Cachoeirinha, São Raimundo e Educandos.


Manaus da Belle Époque de tantos casarões que a modernidade dos teus sonhos recuperou para não perdê-los. Manaus dos teus desenganos e por que não, do teu amanhã de uma amazônia iluminada. Manaus soberbamente jovem, a mostrar sua arquitetura exuberante, tão bem cuidada pelo secretário de cultura da época Robério Braga. Ah Manaus! Quanta saudade e perdoe-me a pretensão de querer ver-te na sedução do teu passado.




Manaus minha cidade querida, afogo-me em nostalgia de um passado glorioso, ao despertar com os cânticos dos pássaros a espera de um amanhã venturoso, cujo polo industrial as duras penas move a nossa economia. De alguns tempos para cá, aprendemos a preservar os teus retratos, guardar as tuas ruínas, recolher teus pedaços e, a partir deles, reinventar teus sonhos, de uma Manaus de outrora.


Te fotografar na minha mente é apropriar-me de retratos múltiplos e variados na beleza dos tempos de antanho no Largo de São Sebastião. Dos seus palacetes cercado de árvores, das residências mais tradicionais. Como é bom lembrar, dos casarões portugueses, pé direito alto e grades de ferro Art Nouvea que margeavam nossas ruas. O palacete Mello Resende, na Praça dos Remédios, a espalhar o bom gosto de seus moradores, que dividiam o seu tempo entre Manaus e Paris. É sem dúvida uma cidade cheia de palacetes, além de casas assoalhadas, todas com porões, seguindo o academicismo francês já dominado pelo estilo Art Nouveau.


Sobrados portugueses de dois andares com aplicação de azulejos proliferavam em toda cidade. Foram criações de mestres de obras lusitanos que tentavam reproduzir com suas experiências, um tanto sentimentalmente a paisagem de Lisboa ou de Porto.


Vale a pena relembrar o fechamento do Bar Avenida com lágrimas dos boêmios e uma despedida saudosa. Era um domingo, 10 de novembro, em uma noite de sereno, às 23h precisamente um grupo de boêmios e garções, entre abraços e lágrimas reuniram-se pela última vez para uma despedida saudosa, dentre eles um frequentador assíduo de todas as noites para tomar o seu pingado (pão com manteiga e café com leite), o jovem jornalista Phelippe Daou.


Foi um período rico das rádios e do jornal impresso vivenciado por Phelippe Daou, Milton Cordeiro e tantos outros profissionais que perlustraram o jornalismo amazonense: Herculano de Castro e Costa, Arlindo Porto, Otávio Pires, Epaminondas Baraúna, Iriszaldo Godot, Almir Diniz, Oscar Carneiro, Ulisses Pimentel, Gutemberg Omena, Wilson de Queiroz Garcia, Weslys Miranda Braga, Alfredo de Belmont Pessoa, José Gabriel Pinto, Isaias Reis, Atlas Barbosa, Renato Silveira, Umberto Calderaro, Josaphat Pires, Rômulo Gomes, Josué Cláudio de Souza, Sinval Gonçalves, Raimundo Parente, Bento de Oliveira, Mansueto Queiroz, Bianor Garcia, Caio Góes, Júlio César da Costa, Newton Aguiar, Wppslander Lima, João Bosco de Lima, Índio do Brasil, Andréa Limongi, Flaviano Limongi, Ademar Diniz, Joviano Lemos, Gilberto Barbosa, Emanuel Gleba, Oscar Ramos, Corrêa Lima, Manoel Lima, Osnyr Araújo, Leandro Antony, Aristófanes Castro, Aristophano Antony, Jaime de Carvalho, Benedito Azedo, Raimundo Albuquerque, João Álvaro Maia, João Mendonça de Souza, Leal da Cunha, Eduardo Guerreiro, Honorato Lima, Joaquim Antônio da Rocha Andrade (Jara), Pedro Ubiratan de Lemos, Raimundo Moreira. Todos eles rememorado a mim por Arlindo Porto, como costumava dizer Phelippe Daou amigo de primeira hora.




Funcionários e fregueses davam adeus a um dos mais tradicionais bares da cidade de Manaus, que cerrava suas portas para dar lugar a futura agência do Banco Mineiro do Oeste e mais tarde Bradesco. Giovane Meneghini que desde há muito explorava o Bar Avenida que naquela hora recebia cada um dos fregueses em silêncio e, um deles, talvez, um dos mais antigos relembrou os dias de esplendor do Bar Avenida, que na década de 1930 funcionava como Bar e Restaurante francês, com um cardápio internacional dos mais completos.




O último dia do Bar Avenida foi normal e os irmãos Mário e José Meneghini, filhos do ex-proprietário do bar exclamou:


"Os nossos fregueses mais antigos eram por nós avisados e entristeciam com a notícia, pois o fechamento do Bar encerraria um tradicional ponto de encontro, entre tantos que ali se reuniam estavam os jornalistas que trabalhavam nos arredores, especialmente os que trabalhavam nos jornais e rádios, que lá pelas 22h iam tomar o tradicional pingado, entre eles, Phelippe Daou, Milton Cordeiro, Almir Diniz e tantos outros. Outro cliente de muita tradição especialmente para o almoço, era o jornalista Josué Cláudio de Souza. Foi ai que ele escreveu uma das mais importantes cronicas desse intelectual com o título Meu amigo cachorro. Sempre que se dirigia para o almoço era acompanhado por um velho vira-lata que esperava pacientemente na porta dos Diários Associados, Jornal do Comércio e Rádio Baré, afinal, ele generosamente partilhava seu almoço com o velho amigo e companheiro vira-lata."


Já não temos nossas noites à luz de velas e lamparinas ou lampiões, perdendo seus brilhos para o sol da manhã que acabara de nascer e dessa forma mais um patrimônio foi demolido.


Ah Manaus querida! Guardo com saudade a hora do Ângelos e o canto das cigarras, cúmplice da missa das 18h, na igreja de São Sebastião. É uma Manaus que deixou saudade.


* Tendo como inspiração a publicação deste artigo de Abrahim Baze, o poeta brasiliense Renato José criou uma poesia e a enviou para o articulista. Segue na íntegra:


À Manaus de Abrahim Baze

(Por: Renato José)

À sua Manaus querida curvei a fronte

em gesto de contemplação serena.

Foi amor à primeira vista do horizonte

das fotos nostálgicas aos textos que dos

pássaros o canto encena.


Toca-me o orvalho da noite dez de novembro.

Sinto o abraço dos amigos boêmios antecipando

a saudades na despedida do Bar Avenida. Nova

Arte a testemunhar, em lágrimas, soluços poéticos ecoando


ares do velho continente, Belle Époque, raios

primeiros do século vinte, a iluminar o polo alado

dos sonhos. O amanhã venturoso. O esvaio

do tempo nas recordações, acervo preservado.


Manaus querida do Poeta em nostalgia plena

passeando das aldeotas indígenas antigas

à atualidade cheia de detalhes, cantigas

das máquinas, gritos, que a glória engrena.




   

Fonte de Pesquisa

PORTAL AMAZÔNIA  |  por ABRAHIM BAZE





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sexta-feira, 26 de maio de 2023

REVOLUÇÃO DO AMAZONAS

 Revolta militar que teve grande apoio da população



A comuna de Manaus faz parte do período marcado pelo tenentismo – movimento político e militar incentivado por tenentes, capitães, cabos e soldados do Exército Brasileiro durante a República Oligárquica. Foi uma rebelião ocorrida no Estado do Amazonas, em 1924, no governo do então presidente Artur Bernardes. 


Liderada pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior, teve influência de motins realizados em outras regiões do país, a exemplo da revolta do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, e Revolução Paulista de 1924. Entre as reivindicações dos militares havia a exigência de melhorias no ensino público, retirada do presidente da República e instauração do voto secreto. 


Contexto histórico 


A comuna de Manaus foi a terceira revolta tenentista no Brasil, episódios que aconteceram entre os anos de 1920 e 1930. Como era o tempo da chamada “política do café com leite” – alternância de poder entre Minas Gerais e São Paulo – jovens oficiais passaram a lutar contra as oligarquias e defender um novo sistema político para o país. 


No entanto, além dessas questões, em Manaus o tenentismo foi motivado por uma acontecimento que resultou em diversos problemas econômicos e sociais: o fim do primeiro ciclo da borracha. De 1879 a 1912, a extração e comercialização do látex era a atividade mais importante da região Norte, especialmente na capital do Amazonas. 


Em 1910, a matéria-prima enfrentou uma grande desvalorização no mercado externo, o que acabou levando a uma queda brusca nos preços. Com isso, a cidade que prosperava rapidamente entrou em uma fase de pobreza, desemprego e corrupção. Na tentativa de conter a crise, o governo do estado começou a disponibilizar empréstimos à população, mas as taxas de juros cobradas eram altas. Sob os comandos da presidência, houve ainda reajuste nos impostos. 


Diante dessas circunstâncias surgiu a comuna de Manaus, movimento que ganhou amplo apoio popular e possibilitou o confisco de propriedades e fundos bancários dos membros das oligarquias. 


Como ocorreu a comuna de Manaus?


No dia 23 de julho de 1924, a guarnição liderada pelo tenente Alfredo Augusto Ribeiro Júnior aproveitou a viagem do governador César do Rego Monteiro para a Europa e invadiu o Palácio Rio Negro. Logo depois, os integrantes do exercício bloquearam as estações de telégrafos e telefone, isolando completamente a cidade de Manaus. 


A revolta, que teve início na capital, espalhou-se para outras regiões do estado, a exemplo dos municípios paraenses Alenquer, Santarém e Óbidos, e seguiu para o Maranhão – local em que os tenentistas também tiveram o apoio da maioria da população. 


De 23 de julho a 28 de agosto, a comuna de Manaus conseguiu chamar atenção para as suas demandas políticas e atos contra as práticas adotadas na República Velha. Contudo, em 26 de agosto, as tropas do general João de Deus Barreto chegaram para acabar com o movimento. 


Como já sabia da forte aprovação popular, o comandante resolveu cercar a capital do Amazonas e ameaçou bombardeá-la. Para evitar mais repressão, os militares decidiram se entregar. Eles foram presos e julgados, mas não receberam punições severas, diferentemente do que aconteceu meses antes na Revolução Paulista, no qual muitos dos envolvidos terminaram mortos. 


Movimentos tenentistas 


As reformas idealizadas pelos militares e as insatisfações diante do governo da Primeira República incentivaram importantes rebeliões pelo Brasil. Além da comuna de Manaus, os principais movimentos contra o sistema político vigente foram:


Revolta dos 18 do Forte de Copacabana


Liderado pelo capitão Euclides Hermes da Fonseca e o tenente Siqueira Campos, o levante do Forte de Copacabana foi a primeira ação do tenentismo no Brasil. Esta revolta ocorreu em julho de 1992, mesmo ano da disputa eleitoral entre Artur Bernardes, representante de São Paulo, e Nilo Peçanha, que era apoiado pelos militares e oligarquias do Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. 


A eleição, que aconteceu em março, deu a vitória ao candidato Artur Bernardes. Descontentes com o resultado, em alguns estados houve rebeliões populares, sendo o exército convocado para contê-las. Como o marechal Hermes da Fonseca ordenou que nada fosse feito, o governo mandou decretar sua prisão. 


Tal situação provocou uma reação por parte de Euclides Hermes da Fonseca – filho do marechal – e Siqueira Campos, que mandaram seus subordinados apontar canhões nas principais áreas do Rio de Janeiro. De acordo com historiadores, o objetivo era tomar o Palácio do Catete e tornar Hermes da Fonseca presidente provisório. 


Temendo represálias, os líderes do levante autorizaram a saída dos soldados que não queriam fazer parte do confronto. De 300 homens, apenas 28 permaneceram no Forte de Copacabana. Com o grande desfalque, Euclides decidiu negociar com o ministro da Guerra, mas acabou sendo preso e o forte bombardeado. 


Após o ataque, somente 17 soldados não desistiram do plano e saíram em marcha pela Av. Atlântica a caminho do palácio. Durante o trajeto, ganharam o apoio de Otávio Pessoa, formando assim os “18 do Forte”. No confronto com as tropas do governo, 16 militares foram mortos e os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos presos.


Revolução Paulista


Assim como na comuna de Manaus, a Revolução Paulista – encabeçada pelo general Isidoro Dias Lopes – foi estimulada pelos desejos de reinserção dos militares na política nacional, reforma das instituições públicas de ensino e implantação do voto secreto. 


Em julho de 1924, os militares conseguiram ocupar pontos estratégicos de São Paulo e bombardear o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo estadual. A violência dos ataques obrigou a fuga de 300 mil pessoas e de Carlos Campos, na época presidente do Estado. 


Diante do número de vítimas, o movimento não teve nenhum incentivo popular. Os tenentistas até divulgaram um manifesto exigindo o afastamento do presidente Artur Bernardes e o cumprimento de uma série de reformas políticas, mais foram atacados pelas tropas fiéis ao governo. No final, a cidade ficou completamente destruída e muitos militares revoltosos foram mortos ou presos. 


Já os tenentes se dispersaram para a região norte do Paraná, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Após a conquista de algumas cidades, resolveram juntar forças com os militares do movimento comandado por Luís Carlos Prestes. 


Coluna Prestes


A chamada Coluna Prestes teve início um ano depois do fim da comuna de Manaus. Em 1925, Luís Carlos Prestes e militares apoiadores iniciaram uma marcha que cruzou grande parte do Brasil. A estratégia era denunciar as ações do governo e mostrar as suas propostas de mudança. Esse movimento despertou a ira dos coronéis, que eram a favor da manutenção da República Velha, mas não houve conflitos entre eles e os membros da coluna. 


Em fevereiro de 1927, após mais de um ano de peregrinação, os integrantes desistiram da luta e depois exilaram-se na Bolívia. Prestes tornou-se símbolo dos movimentos de cunho popular, chegando a ser apelidado de “cavaleiro da esperança”. 




   

Fonte de Pesquisa

educamaisbrasil.com












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quarta-feira, 24 de maio de 2023

OLGA PRAGUER uma manauara universal

 


Olga Praguer Coelho nasceu em Manaus, no dia 12 de agosto de 1909, e faleceu no Rio de Janeiro em 25 de fevereiro de 2008. 


Foi uma cantora e virtuose violonista brasileira. Olga era dotada de uma bela voz e de beleza física; no dizer de Fábio Zanon, "ela tinha uma personalidade encantadora e extrovertida, senso de humor e magnetismo pessoal, e foi abençoada com uma condição vocal privilegiada e uma boa aparência tremenda". Companheira por muitos anos de Andrés Segovia, como ele também tinha um violão preparado pelo luthier alemão Hermann Hauser e, antes de Segovia, a ela é atribuído a realização do primeiro concerto de violão com cordas de nylon, em janeiro de 1944 em Nova Iorque.


✒ Ainda pequena sua família retornou para Salvador (Bahia), de onde mudou-se para o Rio de Janeiro em 1923; já aos três anos de idade, contudo, Olga se apresentava cantando e, morando na então capital do país, estuda no conservatório onde aprendeu a tocar o violão e a educar sua voz.


Teve por mestre Patrício Teixeira. Estreou tocando num dos prédios da Exposição de 1922, e mais tarde se apresentou na Escola Nacional de Música. Cantou em público pela primeira vez em 1928, num programa da Rádio Clube do Brasil.




A sua primeira gravação, de 1929, foi um disco da Odeon Records contendo o samba Sá querida, de Celeste Leal Borges, e a embolada A mosca na moça.


Aos 22 anos casou-se com o poeta Gaspar Coelho. Participou da inauguração da Rádio Tupi, na qual se especializou como intérprete de música folclórica brasileira. Em 1936, foi nomeada pelo presidente Getúlio Vargas representante da música brasileira na Europa. Mesmo sendo apenas um cargo simbólico, sem remuneração, a nomeação facilitou a sua viagem para a Alemanha, a bordo do Graf Zeppelin. Chegou a Berlim a tempo de participar do encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 1936.


Indicada por Heitor Villa-Lobos e Érico Veríssimo, apresentou-se na Casa Branca em 1938. Permaneceu nos Estados Unidos, onde Gaspar passou a trabalhar para a gravadora CBS. Lá, porém, separou-se do marido para viver com o violonista Andrés Segovia. O relacionamento dos dois durou duas décadas.


Na década de 1970 voltou para o Brasil, participando de programas de rádio e TV. Em 2004 foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.





Discografia

1942 - Meu Limão, Meu Limoeiro/Quando meu peito.. - Victor - 78 RPM

1938 - Mulata/Estrela do céu - Victor - 78 RPM

1936 - Róseas flores/Virgem do rosário - Victor - 78 RPM

1936 - Cantiga ingênua/Baiana - Victor - 78 RPM

1936 - Canto de expatriação/Boi,boi,boi - Victor - 78 RPM

1936 - Seresta/Casinha pequenina - Victor - 78 RPM

1936 - Canto de luna/Luar do sertão - Victor - 78 RPM

1936 - Hei de amar-te até morrer/Tirana - Victor - 78 RPM

1936 - Murucututu/Gondoleiro do amor - Victor - 78 RPM

1930 - Puntinho branco/Morena - Odeon - 78 RPM

1930 - Vestidinho novo/Renúncia - Odeon - 78 RPM

1930 - Rosa encarnada/Rosas porteñas - Odeon - 78 RPM

1929 - A mosca na moça/Sá querida - Odeon - 78 RPM


   

Fonte de Pesquisa

Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira















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O campeão KAKO CAMINHA

 


Vocês conhecem o Kako Caminha?


Talvez somente a rua... Mas foi um grande atleta amazonense. Nadador iniciou sua jornada no Atlético Rio Negro e posteriormente no Olímpico Clube. Foi Campeão Amazonense de natação.

Nascido em 1957, Paulo Roberto de Aguiar Caminha, o Caco Caminha, foi considerado um dos melhores nadadores da história do Amazonas. Caco era um atleta completo, que além de nadador, era paraquedista, amante das artes marciais (lutava judô, jiu-jitsu e karatê) e era um representante típico da geração saúde dos anos 80.


Kako iniciou sua carreira no Atlético rio Negro Clube e depois, na década de 1970, foi para o Olímpico.

No clube dos “cincos aros” Kako Caminha liderou o grupo dos “peixes”: Atletas que não bebiam bebidas alcoólicas e rechaçavam o uso de quaisquer outros tipos de drogas.

A partir dos anos 80, dezenas de academias de artes marciais começaram a surgir em Manaus e com elas as primeiras “galeras”, mas bem organizadas e com código de ética apurado. Quando alguém peidisse para ele parara, ele obedecia e parava na hora. Dua gangues fizeram história naqueles tempos... a "Peixes" e a polícia organizada da praça, a "Pop".

A turma de natação do Olímpico Clube, apelidada de “Peixes”, era comandada por Kaco Caminha e tinha como referência a boate Starship, localizada na avenida Constantino Nery quase no canto com a Leonardo Malcher, nas proximidades da antiga sede do Olímpico, mas sua área de influência se estendia até a Praça da Saudade.

Eles eram representantes típicos da geração saúde: não bebiam, não fumavam e nem cheiravam.



Campeão Amazonense de Natação conquistou vários troféus para o Esporte Aquático Amazonense. Kako era Acadêmico de Direito e Professor de Natação.

Em novembro de 1983, no Rio de Janeiro, Kako acompanhava atletas amazonenses em competições e às vésperas de seu retorno para Manaus comeu um “Kikão”, ao sair do Maracanãzinho, onde esteve para assistir uma luta.

Alertado pelos amigos de que a salsicha estaria estragada Kako jogou parte do lanche fora, mas o que tinha ingerido fora suficiente para matá-lo de botulismo.


Sua morte prematura, cara ao esporte amazonense, em especial para a Natação, comoveu a Cidade e Caco ou Kako continua vivo no imaginário dos amazonenses.

Infelizmente, o cachorro-quente estava contaminado pela bactéria clostridium botulinum e o atleta já chegou a Manaus apresentando os sintomas de botulismo, entre eles distúrbios gastrointestinais, paralisia dos nervos cranianos e insuficiência respiratória.

Apesar de ter uma saúde de ferro, Kako Caminha morreu menos de 24 horas após a internação.

Em junho de 2010, o governador do Amazonas à época, Omar Aziz, entregou para a população o Parque Kako Caminha, mais uma obra do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim).


O Parque Kako Caminha tem cerca de 113 metros quadrados e conta com praças com equipamentos para lazer e recreação infantil, duas quadras poliesportivas, calçadas em concreto, sinalização vertical e horizontal, além de pintura artística. Ele está situado entre as Ruas Kako Caminha e Av. Presidente Dutra, no bairro Santo Antônio, Zona Oeste.



   

Fonte de Pesquisa

SITE "NO AMAZONAS É ASSIM"  |  por MARCUS PESSOA






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quarta-feira, 17 de maio de 2023

A fundação de Manaus

 Hoje com pouco mais de 2,1 milhões de habitantes, estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Manaus é considerada a sétima cidade mais populosa do Brasil e a primeira da região Norte.

Em suas origens, o primeiro núcleo populacional de origem branca a ocupar terras próximas onde hoje está a capital amazonense foi um acampamento de “tropas de resgate”, comandado pelo cabo Vital Maciel Parente. O militar português era encarregado de empreender ações punitivas contra índios rebeldes e de “resgatar” os “índios de corda”, nativos supostamente condenados a serem devorados por inimigos. Depois de “resgatados”, eram escravizados por seus salvadores ou levados para as cidades de Belém e São Luís para serem vendidos e usados nas fazendas dos reinóis.

Os padres jesuítas Francisco Veloso e Manuel Pires faziam parte dessa expedição investidos nos cargos de Juízes de Legitimidade, autoridades responsáveis pela fiscalização do cumprimento das leis coloniais para evitar que os índios capturados tivessem tratamentos cruéis e desumanos por parte dos colonos leigos. A função não passava de artifício falacioso para mascarar a brutalidade praticada pelos colonos e agentes do governo contra as populações nativas.

Uma vez alojados no pequeno arraial instalado na foz do rio Tarumã, o cabo Parente ergueu uma cruz de madeira. Ali os padres lusitanos oficiaram a primeira missa para marcar o poder da fé católica e do Estado português no local, que ficou conhecido como a Cruz do Tarumã. O ano era o de 1657.

Tempos depois, outra tropa de resgate, tendo à frente os mesmos missionários, estabelece os primeiros contatos com o povo Tarumã e consegue reuni-los próximos ao acampamento, batizado oficialmente com o nome de Missão do Tarumã, constituindo-se assim como o primeiro núcleo colonial português na região da atual cidade de Manaus, bem como a inauguração de uma era tormentosa para as nações indígenas do rio Negro, que passaram a conviver com suas tabas invadidas e saqueadas e seus entes presos, assassinados e sequestrados para a escravidão colonial.


O Forte de São José do Rio Negro

O governador do Grão-Pará, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, impressionado com as informações dadas por Pedro da Costa Favela sobre supostos tesouros e outras riquezas existentes nas terras do rio Negro, além de preocupado com notícias de um possível comércio clandestino de escravos e armas entre índios rionegrinos e estrangeiros —principalmente holandeses—, passou a se interessar com a integração mais efetiva da região.

imagem do forte manaus sao jose rio negro

Detalhe do Prospecto da Fortaleza do Rio Negro (1756). Autor:
Eng. João André Schwebel. Fonte: MENDONÇA, Marcos Carneiro de. A Amazônia na era pombalina. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1963


Temendo atitudes mais agressivas por parte dos índios, o governador mandou guarnecer a boca do rio Negro ordenando a construção de uma praça fortificada, não apenas como medida preventiva para defender os interesses de Portugal contra os inimigos estrangeiros, mas autorizando ainda a criação de um “Registro de Índios” como forma de estabelecer um depósito de braços de reserva, que poderiam ser requisitados em caso de necessidade a qualquer momento, se assim o governo desejasse. Nesse momento, o Pará já padece com a escassez de mão de obra de escravizados, em razão do seu extermínio lento e sistemático, ocasionado pela violência do trabalho, maus-tratos, doenças e intensas guerras travadas com os invasores de seus territórios.

Na lógica portuguesa, ao mesmo tempo em que protegeria militarmente a região, a fortaleza serviria para dar apoio logístico às expedições escravizadoras de índios que subiam o rio Negro e rios próximos que ainda não tinham sofrido uma ação mais agressiva de caça a escravos. De acordo com o historiador Bessa Freire, esse estabelecimento fortificado, na verdade, seria mais um “curral de índios” à espera da escravidão do que uma instalação militar propriamente dita. Coube a Francisco da Mota Falcão e seu filho Francisco da Mota Siqueira a missão de erguer a praça forte. Especialistas em construções desse tipo, se deslocaram até uma área próxima à foz do rio Negro e ali edificaram-na.

O forte, dedicado a Jesus, Maria e José, foi batizado de Fortaleza de São José do Rio Negro e construído em madeira, pedra e taipa, distante três léguas do encontro das águas dos rios Solimões e Negro. Além de os muros serem baixos, o prédio tinha formato quadrangular e não tinha fosso, possuía quatro canhões de calibres diferentes, sendo dois de bronze e dois de ferro, além de alojamentos para os militares.

De acordo com o historiador Mario Ypiranga Monteiro, em seu livro “Fundação de Manaus”, a guarnição da fortaleza era composta por 270 homens. No entanto, este número é controverso. O historiador amazonense Agnelo Bittencourt, em “Manaus”, editado em 2012 pela Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, demonstra, em quadro pertinente que, considerando que o forte consistia de um edifício de 40 palmos de comprimento (cerca de 15,50m) e a altura de dois homens (aproximadamente 3,80m), sendo portanto uma área de dimensões tímidas para abrigar um contingente dessa quantidade de pessoas, muito menos tendo condições de suprir com as provisões necessárias à subsistência adequada destes efetivos.

A Igrejinha de Nossa Senhora da Conceição do Lugar da Barra, tendo à frente o Cruzeiro, a casa do vigário e outras casinhas em seu redor. Adaptação de Aguinaldo Figueiredo/Acervo do IGHA


Na mesma obra, o eminente amazonólogo afirma que, em toda existência, a fortificação teve no máximo treze e, no mínimo, três militares como efetivos na guarnição, composta de soldados, cabos, sargentos e nunca passando de dois oficiais, informações corroboradas nos relatórios dos viajantes relativos à população quando passaram pelo lugar no século XVII.

O primeiro comandante da edificação foi o capitão Angélico de Barros, uma afirmação também controversa, de acordo com Bittencourt, que menciona três comandantes anteriores ao militar. Embora houvesse a presença de um diretor como administrador oficial dos interesses dos súditos lusos, inclusive investido das funções de juiz, era o comandante do forte que se encarregava em dirimir querelas judiciais e outras futricas entre os moradores, fator que aumentava ainda mais o prestígio do cargo na estrutura política local. A casa forte de São José também tinha uma capelania e, por ela passaram muitos capelães, sendo o mais famoso deles o padre Anacleto de Carvalho e Silva.

Com o passar do tempo, indígenas das etnias Baré, Baniba, Merequena, Juri, Mundurucu, Tarumã, Caburiquena, Mura, Caraiari, Manau e Passé, a maioria descidos dos rios Negro, Içana e Japurá, se agruparam em torno do forte, se miscigenando entre si e com os brancos colonizadores, formando uma comunidade bem heterogênea.

Essas miscigenações, tão diferentes em relação às composições linguísticas e culturais, demonstram a capacidade de os índios amazônicos se relacionarem de forma organizada em torno de interesses comuns, pois, em certos casos, alguns desses grupos eram inimigos históricos, e jamais se imaginaria a possibilidade de coexistência pacífica em um mesmo espaço territorial sem violência.

Em relação aos brancos, o processo de “mistura” começou a partir dos vários ajuntamentos de casais interraciais que, depois de constituírem suas famílias, receberam autorização da Coroa para realizarem os casamentos conforme as leis portuguesas, que previam liberdade total para os índios que se unissem em matrimônio com os brancos.

Os três primeiros portugueses a se casarem com mulheres índias da nação Manaus foram o sargento Guilherme Valente e os tenentes Bernardo Toscano de Vasconcelos e Crispim de Souza Lobo, todos da guarnição do Forte de São José do Rio Negro. Foi dessas uniões exógenas que surgiu o componente típico regional conhecido como “caboclo”.

Painel produzido pelo casal Makk em 1958, retratando a igreja da Barra. Crédito: Aguinaldo Figueiredo/Acervo de Roberto Mendonça


Num espaço de 20 anos, a população aumentou consideravelmente em relação aos tempos da fundação, graças ao trabalho de descimentos realizado pelos missionários carmelitas e, em razão disso, em 1695, por determinação desses padres da Ordem de Nossa Senhora do Carmo, resolveu-se construir uma igreja na localidade de Tapera, para que realizassem os cultos litúrgicos, bem como o de invocar a proteção de uma padroeira ou padroeiro, como era costume dos colonos portugueses, católicos fervorosos, quando se fixavam em algum lugar definitivamente conquistado.

Logo foi edificada uma igrejinha de taipa, muito simples e que teria Nossa Senhora da Conceição como protetora e guia espiritual dos súditos lusos na distante colônia do Norte, pois desde a Provisão Régia de 1646, determinada por D. João IV, a Imaculada Conceição passou a ser a Padroeira do reino português, sendo sua confirmação outorgada pela Bula Ineffabilis, assinada pelo papa Pio XI, em 8 de dezembro de 1854.

O Forte de São José em ruínas em 1872. Crédito: Acervo IGHA


Foi por essa mesma época que a comunidade recebeu o nome de “Barra”, de origem popular, pelo fato de o lugarejo ter sido estabelecido geograficamente em uma “barra”, que designa uma paisagem em forma de praia, situada próxima à embocadura de um rio. De tanto o povo dizer “veio da Barra”, “vou para a Barra” ou “estou na Barra”, o termo se tornou de domínio público e evoluiu para “Lugar da Barra”, se tornando o primeiro topônimo da futura cidade de Manaus.

Depois de um prolongado tempo inativo, o fortim foi abandonado. Enfrentava dificuldades dificuldades como as longas distâncias que dificultavam as comunicações, o isolamento entre os outros núcleos coloniais, a falta permanente de equipamentos e a incapacidade de cumprir seu papel de reprimir o comércio ilegal com os estrangeiros, atividade rotineira havia muito tempo que continuou nas décadas seguintes. Isso pode ser atestado pelos relatos de viajantes da época, como o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, em sua “Viagem Filosófica ao Rio Negro”, realizada em 1787, que diz em relatório:

Prédio do Tesouro Público, local de fundação do Forte de São José do Rio Negro. Crédito: Acervo/Amazônia Latitude

 

Acima do lugar verdadeiramente confluem os dois rios, Negro e Solimões, bem se deixa ver, que pela foz do segundo pode seguramente descer quem muito quiser, sem ser registrado pela fortaleza; semelhantemente estando acima dela situado a boca do furo do Guariúba, o qual, como disse, comunica de inverno os dois rios, também se deixa ver, que, para sair do rio Negro, não há rigorosamente necessidade de se passar pela dita fortaleza, nem de demandar a foz do outro rio.

Além disso, a capacidade bélica do armamento sequer tinha condições de garantir a defesa do perímetro do fortim, menos ainda de causar dano grave a algum alvo adversário além do meio do rio, já que os canhões da edificação tinham baixa potência de fogo e eram de calibres inferiores a outros instalados em casas-fortes na própria Amazônia. Provavelmente a missão do forte português tenha sido a de intimidar e colocar medo na indiada que quisesse se revoltar contra as arbitrariedades perpetradas pelos colonos.

Os canhões do forte foram desativados sem que jamais tenham disparado contra qualquer embarcação inimiga ou alvo militar, limitados a salvas de tiros quando das festas religiosas ou para saudar autoridades em visita. No lugar onde o forte foi construído, sobre um cemitério indígena (Miracanguera), próximo ao atual porto de Manaus, não restou nenhum vestígio da existência ou mesmo um monumento qualquer para sinalizar a existência do prédio.

O que sobrou do seu patrimônio decadente foi incendiado em 24 de junho de 1874, noite de São João, e depois demolido totalmente. Próximo ao lugar em que ele existiu está o prédio onde funcionou a Secretaria de Fazenda, na antiga Rua do Tesouro, atual Monteiro de Souza, com uma placa indicando a façanha de seus construtores ostentando os dizeres:

Neste local, em 1669, foi construída a Fortaleza de São José do Rio Negro, sob a inspiração do cabo de tropa Pedro da Costa Favela. Foram construtores o capitão Francisco da Mota Falcão e seu filho Francisco da Mota Siqueira. Desapareceu em ruínas no ano de 1850”.



   

Fonte de Pesquisa

AMAZÔNIA LATITUDE | por AGUINALDO NASCIMENTO FIGUEIREDO





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